Sheinbaum rejeita interferência dos EUA no México: “Aceitamos ajuda, intervenção não”

Data: 03/11/2025
Luan Leonardo


A presidenta do México, Claudia Sheinbaum, declarou nesta segunda-feira (3) que não permitirá a intervenção de nenhum país estrangeiro no território mexicano sob o pretexto de combater o narcotráfico. A afirmação ocorreu em meio a especulações de que os Estados Unidos planejam incursões militares no país latino-americano.

De acordo com informações da Actualidad RT, Sheinbaum respondeu aos rumores divulgados pela emissora NBC News, segundo os quais o governo norte-americano prepara o envio de tropas e agentes de inteligência ao México para atuar contra os cartéis. Em ocasiões anteriores, o atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, já havia oferecido “ajuda” militar a Sheinbaum — proposta reiteradamente recusada pela líder mexicana em nome da soberania nacional.

Defesa da soberania e crítica à militarização

Em coletiva de imprensa, Sheinbaum foi categórica ao distinguir cooperação internacional de ingerência militar. “Aceitamos ajuda em informação, em inteligência, mas a intervenção, não. O México é um país livre e soberano. A única maneira de construir paz e segurança é com justiça social e um verdadeiro sistema de justiça, onde haja zero impunidade”, afirmou.

As declarações da presidenta ocorreram em um momento de comoção nacional após o assassinato do prefeito de Uruapan, Carlos Manzo, crime que reacendeu o debate sobre a violência em Michoacán e as estratégias de combate ao narcotráfico.

Sheinbaum assegurou que não haverá impunidade e prometeu reforçar a presença do governo federal no estado. “A força do Estado é a justiça. Há quem peça, como ocorreu com a guerra contra o narcotráfico, a militarização e a guerra. Isso não funcionou. Foi o que levou à situação de violência em Michoacán”, destacou, em referência à política de segurança iniciada pelo ex-presidente Felipe Calderón em 2006.

“Não nos vamos render nunca”

A presidenta mexicana também repudiou propostas de “tentações autoritárias” e práticas como execuções extrajudiciais. “Isso jamais ocorrerá sob meu governo. Não nos vamos render nunca”, afirmou.

 

Por Luis Mauro Filho - Brasil247


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