Embaixadas e consulados podem ser despejados por falta de recursos. O país corre risco de humilhação internacional.
O Brasil enfrenta a maior crise diplomática de sua história, um verdadeiro desastre sem precedentes. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, solicitou um crédito extraordinário de R$ 352 milhões ao Ministério da Fazenda, à Casa Civil e ao Ministério do Planejamento para cobrir dívidas do Itamaraty, incluindo aluguéis de imóveis oficiais e obrigações trabalhistas de funcionários locais. Em um ofício, Vieira alertou que, sem esses recursos, embaixadas e consulados brasileiros no exterior correm sério risco de despejo, colocando em xeque a presença e a imagem do país no cenário internacional.
As representações diplomáticas enfrentam dificuldades financeiras alarmantes. Embaixadas e consulados em países como Estados Unidos, Alemanha, França, Japão e Argentina estão entre os postos mais vulneráveis. Locais com custos operacionais altos, como Londres, Nova York e Paris, enfrentam risco ainda maior. Cada dia sem pagamento aumenta a possibilidade de ações de despejo e cria a chance de constrangimento global para o Brasil.
Além dos aluguéis, o Itamaraty enfrenta problemas para honrar compromissos com fornecedores de serviços essenciais, como segurança, limpeza, energia, telecomunicações e manutenção predial. A falta de recursos compromete o funcionamento das missões, prejudica os cidadãos brasileiros que dependem dos serviços consulares e fragiliza a imagem diplomática do país.
Essa crise financeira do Itamaraty é reflexo de um problema maior de gestão fiscal no governo federal. O Brasil enfrenta desequilíbrio entre arrecadação e gastos públicos, o que leva a cortes em áreas fundamentais, incluindo a diplomacia. A ausência de planejamento e de reformas estruturais agrava a situação e ameaça a credibilidade internacional do país.
É urgente que o governo federal adote medidas imediatas para conter o desastre. A diplomacia brasileira é pilar da política externa e não pode ser comprometida por falhas internas. O país precisa de planejamento fiscal, cortes estratégicos e reformas administrativas que garantam a sustentabilidade das representações no exterior. Sem ação rápida, embaixadas e consulados podem se tornar símbolos de desorganização e fragilidade, expondo o Brasil à maior humilhação diplomática de sua história.
Por Alexandre França - jornalista