Terminal João Goulart opera acima da capacidade e gera filas, atrasos e desconforto aos passageiros em Niterói

Escrito em 19/09/2025
Redação -


Inaugurado em 1995, o Terminal Rodoviário João Goulart, localizado no Centro de Niterói, enfrenta problemas estruturais e operacionais que comprometem a mobilidade urbana. Projetado para atender cerca de 350 mil passageiros diariamente, o terminal atualmente recebe mais de 450 mil, provocando superlotação, filas extensas e atrasos constantes. A situação reflete a ausência de investimentos significativos em modernização e manutenção ao longo de quase três décadas.

A concessionária responsável pela operação do terminal enfrenta dificuldades para lidar com o aumento da demanda. Usuários relatam condições precárias de embarque e transporte. João Silva, morador de São Gonçalo, relata que chega ao terminal às 17 horas e só consegue embarcar às 19 horas. Maria Oliveira, de Itaboraí, destaca que os ônibus estão frequentemente lotados e sem higiene adequada, o que gera insegurança e desconforto para passageiros de todas as idades.

Além da superlotação, a redução da frota de ônibus pelas empresas contribui para a piora do serviço. Estudos técnicos apontam que o terminal não possui áreas adequadas de circulação, banheiros suficientes ou estrutura de espera segura, impactando diretamente a qualidade do transporte público. Especialistas em mobilidade urbana afirmam que a falta de planejamento e investimentos adequados coloca em risco a segurança dos passageiros e compromete o fluxo de veículos na região central da cidade.

A Prefeitura de Niterói reconhece os problemas e propõe a construção de um novo terminal integrado ao Caminho Niemeyer, com investimento estimado em R$ 80 milhões. O projeto visa ampliar a capacidade, criar áreas de embarque mais seguras, implementar plataformas acessíveis para pessoas com deficiência, melhorar a sinalização e integrar transporte rodoviário, metrô e transporte complementar. No entanto, o cronograma ainda está em fase de planejamento e não há previsão de início das obras.

Enquanto isso, os usuários dependem de estratégias individuais para enfrentar as longas esperas. Alguns passageiros organizam grupos para embarque em horários alternativos, enquanto outros recorrem a aplicativos de transporte para reduzir os riscos de atrasos. A situação tem gerado debates sobre a necessidade urgente de parcerias público-privadas para modernizar o terminal, aumentar a frota de ônibus e assegurar condições dignas de mobilidade para a população.

A situação do Terminal João Goulart evidencia a importância de políticas públicas que priorizem infraestrutura adequada, planejamento urbano e atenção às demandas reais da população. Passageiros, especialistas e autoridades reforçam a urgência de medidas que combinem investimento, fiscalização e planejamento estratégico para garantir transporte eficiente, seguro e digno para todos.

Por Redação


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