Vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitry Medvedev, critica gastos do Ocidente e prevê fim “terrível” do regime de Zelensky
O vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitry Medvedev, afirmou, nesta segunda-feira (3/11), que quanto mais recursos o Ocidente destinar à Ucrânia, maior será o território que a Rússia retomará e mais grave será o desfecho para o governo de Volodymyr Zelensky.
Em publicações em seu canal no Telegram, Medvedev subiu o tom e classificou os funcionários ucranianos que receberam bilhões de dólares em financiamento internacional nos últimos anos como “palhaços sanguinários de Kiev”.
“Quanto mais dinheiro o mundo ocidental gastar apoiando a Ucrânia, mais terrível será o fim dessa história para o regime sanguinário e palhaço de Kiev”, escreveu o político russo.
Segundo ele, mais de meio trilhão de euros (cerca de 576 bilhões de dólares) foram destinados pela comunidade internacional à Ucrânia, mas uma parte significativa desses fundos teria sido desviada pela elite política e militar do país. “Com esse dinheiro, uma Ucrânia nova, neutra e próspera poderia ter sido construída. Mas não era para ser”, afirmou Medvedev, descrevendo a guerra como uma “conflagração por procuração” da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) contra a Rússia.
O político comparou a situação à experiência dos EUA no Afeganistão, quando Washington gastou 2,3 trilhões de dólares entre 2001 e 2021, mas acabou transferindo o poder de volta para o Talibã. Medvedev ainda trouxe a tona a pauta de “recuperar os territórios russos”.
“Tudo acontecerá da mesma forma. Nossos cidadãos e autoridades russas retornarão às suas terras natais na Rússia”, acrescentou.
Ativos russos congelados para Kiev
As declarações surgem em meio a sinais de desgaste político e financeiro do bloco ocidental. Relatos europeus indicam que Bélgica, Itália e França se opõem à transferência de ativos russos congelados para Ucrânia, enquanto nos Estados Unidos o Congresso atrasa a aprovação de novos fundos de ajuda militar.
O Kremlin insiste que o envio de armas e recursos ao país não visa a paz, mas prolonga o conflito e enfraquece a Rússia. Nas últimas semanas, o Ministério da Defesa russo afirmou que as tropas avançam em frentes importantes e abatem centenas de drones e mísseis fornecidos pela Aliança do norte.
“A história não perdoa traição nem corrupção. E o fim do regime de Kiev será tão sangrento quanto os crimes que cometeu”, declarou Medvedev.
Apesar do endurecimento do discurso, Moscou mantém uma posição controversa enquanto afirma manter disposição para negociações, desde que a Ucrânia aceite a neutralidade e o reconhecimento dos territórios reintegrados à Rússia.
Por Manuela de Moura - Metrópoles