Preço dos imóveis residenciais está em alta pelo segundo mês

O destaque é para a cidade do Rio de Janeiro, onde o metro quadrado para morar teve o melhor desempenho no período. O município de Niterói tem acompanhado essa valorização das capitais - Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

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Pelo segundo mês o preço dos imóveis residenciais teve alta. Em praticamente todas as capitais do país foi possível observar uma valorização nesse tipo de imóvel, com destaque para o Rio de Janeiro onde o metro quadrado para morar teve o melhor desempenho no período. Especialistas atribuem a alta, às políticas econômicas favoráveis para investir e financiar e garantem que no momento essa é uma das melhores alternativas para quem está de olho nos rendimentos.

O preço de venda de imóveis residenciais em 50 municípios teve alta pelo segundo mês consecutivo. Em outubro, o Índice FipeZap cresceu 0,43%, após apresentar aumento de 0,53% em setembro. Os dados são do Índice Fipezap, pesquisa realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).

Todas as capitais brasileiras monitoradas pelo Índice FipeZap apresentaram elevação do preço médio de venda de imóveis residenciais no último mês: Recife (1,68%), Manaus (1,22%), Vitória (1,16%), Curitiba 1,09%), Campo Grande (1,06%), João Pessoa (0,90%) e Goiânia (0,80%).

Em São Paulo a variação nominal registrada em outubro foi de 0,25%. Já no Rio de Janeiro, outra referência bastante importante, o crescimento foi de 0,39%.

"Niterói tem acompanhado essa valorização nas capitais. Os principais fatores que contribuíram para essa alta foram os índices econômicos. Uma taxa Selic a 2% ao ano, e com os bancos investindo e apostando cada vez mais no mercado, operando com taxas abaixo de 6,9%, ao mesmo tempo em que o investidor não tem uma boa opção no mercado financeiro. Isso é muito bom para quem pensa em comprar um imóvel, o momento é favorável com vantagens econômicas, como por exemplo, uma taxa de aluguel em torno de 0,5% ao mês", destaca Fabson Cabral, corretor de imóveis e diretor da Spin Inovações Imobiliárias.

O preço médio de venda foi de R$ 7.424 por metro quadrado, em outubro. A capital com o valor mais elevado foi Rio de Janeiro (R$ 9.383/m²), seguida por São Paulo (R$ 9.265/m²) e Brasília (R$ 7.927/m²). No outro extremo do país, estão Campo Grande (R$ 4.342/m²), Goiânia (R$ 4.403/m²) e João Pessoa (R$ 4.431/m²).

"Tivemos durante muito tempo um cenário de desvalorização no mercado imobiliário por conta de toda instabilidade que temos vivido recentemente. De uns tempos pra cá temos tido uma retomada desse setor, tão importante para geração de empregos. Isso é consequência de uma política econômica, que mantém a taxa de juros baixa o que impacta diretamente no financiamento dos imóveis", explica Everton Macedo, da Senso Corretora de Valores.

Média anual - No acumulado do ano, houve uma alta nominal de 2,75% no Índice de imóveis, sendo que a variação esperada para o IPCA é de 2,14%. Na comparação entre a variação acumulada do índice e a inflação esperada, a expectativa é de que o preço médio de venda dos imóveis residenciais encerre o período com alta real de 0,59%.

Ao longo do ano, todas as capitais acompanhadas registraram alta, com exceção do Recife, onde o preço médio de venda residencial acumulou queda de 2,15%.

Brasília teve um crescimento mais significativo (8,33%), sendo seguida por Curitiba (6,35%), Florianópolis (5,27%), Campo Grande (5,07%), Maceió (4,85%) e Manaus (4,67%). Em São Paulo e no Rio de Janeiro, os preços médios de venda do segmento residencial encerraram o período com altas acumuladas de 3,07% e 1,02%, respectivamente.

"Esse cenário de juros baixos e oferta abundante de crédito por conta dos bancos faz com que a busca dos investidores por uma diversidade passe pela compra de imóveis. O que pode trazer rendimentos com aluguel ou valorização para uma possível venda. A renda fixa com 2% ao ano não mais valido a pena. A localização é um dos fatores que mais garante liquidez, ou seja, facilidade para alugar ou vender", ensina Everton.

Apesar do incremento, o índice ficou abaixo do esperado, tendo como parâmetro o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), mensurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A expectativa era de que a variação fosse de 0,79%.

"Anunciei por um ano meu apartamento em Boa Viagem, uma das áreas mais valorizadas da Zona Sul de Niterói. Recebia muitas visitas mas para fechar negócio as pessoas preferiam lugares mais movimentados, como Jardim Icaraí. Até que em plena quarentena eu descobri que estava grávida e precisava resolver minha vida. Baixei cerca de 2% o valor e em um mês consegui fechar negócio. Existe uma demanda, mas ainda é um cenário complexo", conclui a jornalista Fernanda Pimentel, de 38 anos.