Ministro do Meio Ambiente é alvo de operação da PF

Salles e servidores do Ibama tiveram os sigilos bancários e fiscais quebrados - Foto: Marcello Casal JrAgência Brasil

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A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quarta (19) uma operação que visa fazer buscas em três residências e/ ou escritórios utilizados pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, além de servidores do Ibama e da pasta. O prédio do Ministério, em Brasília, é um dos focos. Ricardo encontra-se na sede da Polícia Federal para prestar depoimento, de forma voluntária.

A operação, batizada de Akuandaba, foi deflagrada por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que também determinou o afastamento do presidente do Ibama, Eduardo Bim, por suspeitas de irregularidades.

Salles e servidores do Ibama tiveram os sigilos bancários e fiscais quebrados. As buscas em relação ao ministro são realizadas na residência dele em São Paulo e nos endereços funcionais em Brasília e no Pará, onde ele tinha montado um gabinete. 

Conforme a PF, são 35 mandados de busca e apreensão em cumprimento no Distrito Federal, em São Paulo e no Pará. A operação apura crimes contra a administração pública (corrupção, advocacia administrativa, prevaricação e, especialmente, facilitação de contrabando) praticados por agentes públicos e empresários do ramo madeireiro.

Cerca de dez agentes do Ibama e do Ministério serão afastados preventivamente de suas funções. Também foi suspensa a eficácia de um desoacho de 2020 do Ibama que flexibilizou as regras para exportação de madeira.

As investigações foram iniciadas em janeiro na Superintendencia da Polícia Federal em Brasília a partir de informações obtidas junto a autoridades estrangeiras apontando possível desvio de conduta de servidores no processo de exportação de madeira.

 

O nome escolhido para batizar a ação da PF é de uma divindade da mitologia dos índios Araras, que habitam o estado do Pará. Segundo a lenda, se alguém cometesse algum excesso, contrariando as normas, a divindade fazia soar uma pequena flauta, restabelecendo a ordem.

Essa investigação não tem relação com uma notícia-crime enviada ao STF pelo ex-superintendente da PF do Amazonas, Alexandre Saraiva, que acusava o ministro de favorecer madeireiros e obstruir investigações contra desmatamento ilegal na Amazônia. Neste caso, a Procuradoria-Geral da República (PGR) ainda analisa se pedirá abertura de inquérito ao Supremo. Saraiva acabou sendo substituído do cargo de superintendente após ter feito a acusação ao ministro.