Mulheres buscam representatividade

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Visando lutar pela visibilidade das candidaturas femininas em São Gonçalo e assim tentar garantir a eleição de mulheres para a Câmara de Vereadores, um grupo de mulheres liderada pela pedagoga e gestora de projetos no Programa em Gênero, Sexualidade e Saúde de Medicina Social do Instituto da Uerj, Leila Araújo, lançou a campanha "Cidade no Feminino". O movimento suprapartidário vai receber candidatas de vários partidos para que elas assinem a Carta das Mulheres Gonçalenses se comprometendo, se eleitas, a lutarem para efetivar as reivindicações contidas no documento.

Os candidatos a prefeito também serão convidados a falar sobre o que pensam a respeito das mulheres nos espaços de poder e o que pretendem fazer para mudar a realidade de ter mais representatividade feminina no Executivo Municipal, caso eleitos. Eles serão convidados a assinar a Carta Compromisso com as Mulheres. O evento será realizado, em um café colaborativo, no Sítio Estrela da Manhã, em Monjolos, São Gonçalo.

Além do encontro, também serão produzidos 15 programas em vídeo sobre o conceito "Cidade no Feminino", com entrevistas das candidatas e participação de especialistas nas questões de gênero. Os programas serão veiculados nas plataformas digitais do Canal Q. Cria, Agência Papa Goiaba, entre outros, ainda em negociação. Nos últimos dias da campanha eleitoral, as candidatas se reunirão em um abraço simbólico à Câmara de Vereadores e na Praça Luiz Palmier (Praça da Marisa), onde chamarão a atenção da população para a importância do voto nas mulheres.

"Cidade no Feminino é um conceito criado pelo sociólogo espanhol Imanol Rubero, à época da campanha de Manuela Carmena, eleita em 2015, prefeita de Madri. Carmena considerava em sua plataforma de governo, essencialmente, o ponto de vista das mulheres para construir uma cidade mais humana, mais acolhedora e mais sustentável. Este conceito já foi trabalhado no município de Duque de Caxias, em 2015, quando da elaboração do Plano Municipal de Políticas para as Mulheres, do qual fiz parte da equipe junto com as professoras Luciene Medeiros, Maria Luiza Heilborn e Solange Dacach. É urgente que São Gonçalo embarque nesta perspectiva. A população gonçalense, principalmente as mulheres, precisa entender a necessidade de termos representantes femininas em todos os espaços de poder, na cidade. Os partidos políticos, os homens dos partidos políticos também precisam entender isto. Temos lei que garante a cota de 30% de mulheres no pleito eleitoral. Temos uma decisão do STF de que os partidos são obrigados a investir 30% dos recursos nas campanhas femininas. Queremos 30% de mulheres na Câmara de Vereadores. Queremos também 30% de vagas do primeiro escalão do Poder Executivo. A campanha 'Cidade no Feminino' é um grito para que nosso direito ao espaço de poder seja respeitado na elaboração de políticas públicas. É um alerta de que a nossa participação nas decisões pode transformar esta cidade. Durante 16 dias, vamos gritar por mais mulheres no poder", explica a idealizadora da campanha, Leila Araújo.