Temporários: procura-se vagas

Comércio vive grande expectativa com a promoção de vendas Black Friday, que começa amanhã - Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

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Após garantir vagas temporárias para a Black Friday, evento em que o comércio promete grandes descontos para os consumidores, a Superintendência de Atendimento ao Trabalhador da Secretaria de Estado de Trabalho e Renda do Rio de Janeiro iniciou, ontem (25), a busca de vagas para trabalhadores temporários para a época do Natal. Tradicional nos Estados Unidos, a Black Friday (sexta-feira negra) ocorre depois do feriado de Ação de Graças e marca o início da temporada de compras de fim de ano. O comércio aproveita a data para promover liquidações especiais e atrair mais consumidores.

"Estamos com perspectiva de 600 vagas temporárias no comércio varejista para o Natal", disse o superintendente Júlio Saraiva, que está intermediando as contratações, por meio do Sistema Nacional de Emprego (Sine-RJ). A expectativa é positiva, com base em estudos da Associação Brasileira do Trabalho Temporário (Asserttem), que apontam que 20% dos trabalhadores contratados têm grande possibilidade de ser efetivados.

Na terça-feira, Saraiva reuniu-se com representantes do comércio atacadista, formado por grandes redes de supermercados, e, até a sexta-feira (27), espera garantir mais 300 vagas temporárias. "Estamos negociando", disse Saraiva. Segundo ele, a secretaria ainda não conseguiu nada em termos de vagas temporárias para o fim do ano. "Está tudo muito parado, bem como a construção civil".

Na parte de serviços, a hotelaria tem procurado profissionais para trabalhar na área de cozinha e serviços de limpeza. "É muito pouco ainda, muito tímido. Quem está contratando é o comércio varejista. Está muito devagar a contratação", afirmou. Quando se abrem vagas para profissionais cujo perfil não é encontrado na região, como engenheiros, por exemplo, as empresas acabam trazendo gente de fora, explicou.

Mudança - De acordo com Saraiva, o problema é que, por causa da pandemia do novo coronavírus, as grandes empresas mudaram a forma de contratação, que agora é totalmente virtual, e não passa pelo Sine. "Com a pandemia, as empresas não querem mais a contratação presencial. Estão fazendo todo o processo virtual. E, aí, o Sine fica amarrado nisso". Saraiva disse esperar que, após a pandemia, a situação volte ao normal. Ele observou ainda que, no autoencaminhamento ao Sine para a entrevista, muitos candidatos acabam se apresentando de maneira excessivamente informal, alguns de chinelos, inclusive, e sem informações dos profissionais da superintendência.

Para reduzir o problema, Júlio Saraiva criou uma equipe de gestores em recursos humanos, que organizou um novo tipo de encaminhamento para aumentar o número de contratações por intermédio do Sine. A equipe promove o treinamento dos candidatos, o que resulta em melhoria do processo. "O problema do processo todo virtual é que o pessoal vai muito crua, acaba gastando dinheiro de passagem e volta sem vaga. Tem gente que não sabe fazer um currículo", destacou.

Segundo o superintendente de Atendimento ao Trabalhador, a maior parte das pessoas que procuram o Sine pertence às classes D e E e recebem, no máximo, dois salários mínimos. "É um público que requer atenção presencial."

De acordo com análise feita pelo Observatório do Trabalho, vinculado à Secretaria de Estado de Trabalho e Renda, no acumulado de janeiro até o último dia 13, o setor de serviços representou 52,72% do total de 18.958 vagas oferecidas (9.995), seguido pelo comércio, com 26,33% (4.993) e pela indústria, com 5,87% (1.113). Para a Black Friday, a superintendência conseguiu 300 vagas temporárias.

Black Friday- A chamada Black Friday volta nesta sexta-feira, 27 de novembro. E, com ela, a oportunidade para consumidores encontrarem produtos mais baratos e para comerciantes esvaziarem seus estoques, de forma a renovar prateleiras e atender novas demandas de seus clientes. Diante da situação atual de pandemia, vale ficar atento a algumas dicas de autoridades da área de defesa do consumidor. "O consumidor deve evitar aglomerações. Se for o caso, o melhor é fazer as compras online para evitar contato social", sugere o diretor do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC), Pedro Aurélio Queiroz.

Compras online - Dados do Sistema Nacional de Informações de Defesa do Consumidor (Sindec) apontam que as demandas de consumo via internet "mais que dobraram" de 2019 para 2020, tendo como principais assuntos vestuário, agências, operadoras de viagens e aparelho celular. Entre os principais problemas registrados estão a demora ou a não entrega do produto; cobrança indevida ou abusiva ou a falta de pagamento de indenização.

Segundo o diretor, as demandas no comércio eletrônico dobraram no site consumidor.gov.br . "Em 2020, os três principais assuntos são vestuário e artigos de uso pessoal (roupa, calçados, joias, bijuterias, malas, bolsas), aparelho celular e móveis e colchões".