Delegado aposentado teria ameaçado empresários

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Durante a deflagração da operação Hades, que culminou com a prisão do prefeito Marcelo Crivella na manhã de ontem (22), o delegado aposentado Fernando Moraes, também preso, foi apresentado como suspeito de utilizar armas de fogo e agressões físicas para coagir empresários a continuarem com o pagamento de propinas.

Segundo o Ministério Público do Rio de Janeiro, responsável pelas investigações e prisões, Fernando teria intenção de induzir a continuidade no pagamento de propina para todos os envolvidos no esquema, e não somente a um grupo específico.

O grupo criminoso, que atuava numa espécie de QG da Propina, oferecia vantagens indevidas a uma empresa para que houvesse renovação de contratos com a Prefeitura do Rio. Porém, após um outro grupo da própria organização criminosa fazer uma abordagem individual aos empresários, iniciou-se uma disputa interna.

Ainda segundo o MPRJ, Fernando, ao saber do que estava acontecendo sobre o redirecionamento da propina, teria passado a fazer contestações com o objetivo de dividir o valor entre todos os membros. Ele exigiu aos empresários que, se todos não recebessem, ninguém deveria receber, algo que foi negado pelos pagadores.

De acordo com o MPRJ, em uma reunião posterior Fernando teria chegado a ficar alterado, dando chutes e coronhadas. Além de fazer ameaças contra dois empresários teia chegado a apontar uma arma para um deles. Após esse encontro, os pagamentos de propina foram interrompidos, para que os membros se organizassem internamente.

A operação deflagrada nesta terça-feira faz parte de uma terceira fase de prisões e investigações, que iniciaram após delações recebidas em 2019. Todos foram denunciados pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, corrupção ativa e corrupção passiva.