Araújo condena invasão no Congresso norte-americano e fala em investigação

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O ministro das Relações Exteriores (MRE), o chanceler Ernesto Araújo, lamentou ontem (7), em redes sociais, a invasão do Congresso norte-americano ocorrida ontem, durante a cerimônia de validação dos votos dos delegados nas eleições gerais de 2020. Araújo afirmou a necessidade de investigação das quatro mortes decorrentes do protesto. Cerca de 70 pessoas foram presas e pelo menos 14 policiais foram feridos e hospitalizados. Segundo Araújo, "nada justifica uma invasão como a ocorrida ontem."

Em sua postagem, Ernesto Araújo citou ainda a insatisfação de parte do eleitorado americano que, segundo ele, "se sente agredido e traído por sua classe política e desconfia do processo eleitoral."

O chanceler afirmou que a distinção entre o processo eleitoral e democracia deve ser observada, e que "uma democracia saudável requer a confiança da população na idoneidade do processo eleitoral."

Outras autoridades brasileiras se manifestaram pelas redes sociais sobre a invasão do Capitólio, sede do Parlamento americano, na quarta-feira (6). O tumulto interrompeu o processo de certificação das eleições presidenciais. A ratificação da vitória de Joe Biden ocorreu por volta das 3h40 (5h40, no horário de Brasília). Biden teve 306 votos confirmados contra 232 para o atual presidente do país, Donald Trump.

Em nota divulgada nesta quinta-feira (7), o ministro Luiz Edson Fachin, vice-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e do Supremo Tribunal Federal (STF) disse que a alternância de poder não pode ser motivo para truculência. "A violência cometida, nesse início de 2021, contra o Congresso norte-americano deve colocar em alerta a democracia brasileira. Na truculência da invasão do Capitólio, a sociedade e o próprio Estado parecem se desalojar de uma região civilizatória para habitar um proposital terreno da barbárie. A alternância de poder não pode ser motivo de rompimento, pois participa do conceito de república", destaca.

"Em outubro de 2022 o Brasil irá às urnas nas eleições presidenciais. Eleições periódicas de acordo com as regras estabelecidas na Constituição e uma Justiça Eleitoral combatendo a desinformação são imprescindíveis para a democracia e para o respeito dos direitos das gerações futuras. Quem desestabiliza a renovação do poder ou que falsamente confronte a integridade das eleições deve ser responsabilizado em um processo público e transparente. A democracia não tem lugar para os que dela abusam. Alarmar-se pelo abismo à frente, defender a autonomia e a integridade da Justiça Eleitoral e responsabilizar os que atentam contra a ordem constitucional são imperativos para a defesa das democracias", completa a nota.

Pelo Twitter, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, comentou que a Casa "envia aos congressistas e ao povo americano nossa solidariedade e nosso apoio". "Defendo, como sempre defendi, que a democracia deve ser respeitada e que a vontade da maioria deve prevalecer", completa. Já Rodrigo Maia, presidente da Câmara, classificou a invasão do Congresso norte-americano como "um ato de desespero de uma corrente antidemocrática que perdeu as eleições". "Fica cada vez mais claro que o único caminho é a democracia, com diálogo e respeitando a Constituição", completou.

Estado de emergência

A prefeita de Washington, a democrata Muriel Bowser, prorrogou o estado de emergência na capital americana por mais 15 dias. A posse e o juramento público de Joe Biden e Kamala Harris estão previstos para acontecer no dia 20 de janeiro. Em coletiva de imprensa dada na sede da polícia metropolitana da cidade, Bowser afirmou que "pessoas que desrespeitarem o toque de recolher serão presas".