Prefeito de Manaus critica o isolamento de seu estado

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O prefeito de Manaus, Davi Almeida, disse ontem (19) que o enfrentamento ao novo coronavírus no Amazonas é dificultado pelo que ele classificou como o "isolamento" do estado em relação ao resto do país - afastamento que ele associou à preservação da Amazônia. "Este povo que preserva a floresta e que vive no isolamento é punido por preservar", declarou Almeida durante a cerimônia que marcou o início da vacinação dos primeiros 20 mil profissionais da rede municipal de saúde. "A punição foi tão grande que pagamos com mortes", acrescentou.

Ao falar sobre as dificuldades de acesso e os desafios logísticos para transportar insumos hospitalares de outras regiões do país para Manaus, Almeida disse não crer que qualquer outra cidade venha a enfrentar problemas como os registrados na capital na semana passada, quando hospitais públicos e privados chegaram a ficar sem oxigênio medicinal.

"Em nenhuma cidade do Brasil vai acontecer o que aconteceu com Manaus porque [no resto do país], em 36 horas, qualquer caminhão, qualquer transportadora, entrega o produto de que hoje precisamos", disse o prefeito ao criticar a não-pavimentação da BR-319, rodovia que liga Manaus a Porto Velho (RO).

Segundo Almeida, depois que o aumento do consumo de oxigênio medicinal superou a capacidade de produção das fornecedoras locais, parte do produto passou a ser adquirido de outras regiões e transportado até Belém, de onde é levado para Manaus em balsas, em uma viagem que chega a durar cinco dias.

"Em cinco dias morrem todos. Será que o Brasil e o mundo não percebem que aquilo que deveria contar a nosso favor em função da preservação ambiental, serviu como uma sentença de morte", disse Almeida.