Contenção de desperdícios

Charbel - Foto: Divulgação

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Charbel Tauil Rodrigues

Considerando que os fartos royalties do petróleo não serão eternos, e que muito ainda há por ser feito para que Niterói entre nos trilhos do desenvolvimento econômico, salta aos olhos do observador mais atento a urgência de se enxugar a máquina pública municipal, de forma a que sobrem mais recursos para o planejamento e a execução de obras e ações voltadas para o bem-estar coletivo, e não para uns poucos ungidos pelo interesse meramente político de ocasião. Digo isto não apenas porque estamos num início de ano, mas também porque o cenário econômico e social de nosso país está crescentemente delicado, como é de conhecimento geral, sendo mais do que nunca válido refletir sobre a utilização dos dinheiros públicos.

Por exemplo. Niterói precisa, e muito, de ações abrangentes — e concretas — no âmbito do Turismo, equipando-se não apenas para atrair mais visitantes, mas também para cativá-los, empolgá-los de forma que sintam pena de ir embora. Temos insistido na tese de que nossa cidade necessita contar com um Centro de Convenções, moderno, amplo e bem localizado, para que aqui se possam realizar ao menos alguns dos incontáveis congressos, feiras e seminários que movimentam gigantescas somas de dinheiro e se refletem positivamente em incontáveis empregos diretos e indiretos em serviços, hotelaria, bares e restaurantes, shopping centers, lojas de rua, teatros, cafés, cinemas e livrarias.

Há também a necessidade de um grande investimento urbanístico no Centro, modernizando-o para o Comércio e Serviços, sem prejuízo de prepará-lo para se tornar uma atraente opção residencial. Potencial para isto existe, inclusive devido à posição estratégica excepcional, com fácil e rápido acesso ao Rio de Janeiro.

Em complemento, a cidade precisa contar com mais e melhores calçadas, limpas, largas e padronizadas, além de reduzir sensivelmente a poluição visual de postes e fiações, ao menos nos principais corredores de tráfego. Além disto, há que ocorrer um maior e melhor entrosamente entre o Poder Público, a UFF e as universidades particulares aqui existentes, de forma a que se aproveite o maravilhoso potencial de tantos alunos e professores que, provavlemente, muito poderiam propor e fazer em prol do município.

Cada passo desses importará, inevitavelmente, em desembolsos. Por isto é importante estarmos todos especialmente atentos aos gastos públicos. Os tempos estão difíceis e, como assinalado no início do texto, os royalties não jorrarão no caixa municipal para sempre. O enxugamento da máquina se impõe, mais do que nunca, como uma prioridade estratégica. Nós, lojistas, sabemos muito bem a importância de se agir com
parcimônia, procurando destinar os recursos para iniciativas que possam gerar resultados positivos. Guardadas as devidas proporções, é o que se impõe como regra a seguir na administração municipal.

Niterói pode e deve se reerguer rumo ao desenvolvimento. Que sejam duramente combatidos os desperdícios de recursos, para que estes estejam em caixa nos - muitos - momentos importantes e necessários que temos pela
frente.