Niterói e Rio vão parar serviços não essenciais a partir do dia 26

Os prefeitos Axel Grael e Eduardo Paes, em coletiva sobre medidas restritivas nas duas cidades - Foto: Douglas Macedo / Prefeitura de Niterói

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A Prefeitura de Niterói decretou o fechamento de todos os serviços não essenciais do dia 26 de março até o dia 4 de abril. A medida levou em consideração o avanço da doença, o aumento de casos e a ocupação dos leitos hospitalares, e foi tomada após reunião conjunta dos representantes dos Comitê Científico de Niterói e do Rio com os prefeitos Axel Grael e Eduardo Paes. Em entrevista coletiva ontem (22), no Teatro Popular de Niterói, os prefeitos enfatizaram que esta será mais uma ação para reduzir a circulação de pessoas e conter o avanço do coronavírus nas cidades.

O prefeito de Niterói, Axel Grael, informou que será publicado decreto que traz todas as medidas mais restritivas que incluem o fechamento de escolas, universidades, bares, academias, shoppings, salões de beleza, clubes, boates, quiosques e parques pelo período de 10 dias. Continuam permitidos o funcionamento de farmácias, mercados, supermercados, transportes, serviços médicos e funerários, pet shops e clínicas veterinárias, lojas de material de construção, postos de combustíveis e padarias. As igrejas também estarão funcionando desde que cumpram todos os protocolos de saúde exigidos.

"Os dados sobre a covid-19 na cidade são monitorados diariamente e, após este período de dez dias, faremos uma nova avaliação. Niterói não é uma ilha e sofre com a falta de ação nas cidades vizinhas. Neste momento, registramos o período mais crítico da trajetória da pandemia. Desde a quinta-feira passada tive reuniões com o prefeito Eduardo Paes sobre a situação nas cidades. Nós entendemos que estas medidas são necessárias neste momento para salvar vidas. Todas essas decisões seguem a orientação do Comitê Científico. Também recebemos um documento do sindicato dos hospitais particulares da cidade que reforça as orientações do Comitê", enfatizou Axel Grael.

O prefeito Eduardo Paes ressaltou que os números atuais da covid-19 na cidade do Rio são incontestáveis e que seria importante ter uma coesão das cidades da Região Metropolitana neste momento para a adoção de medidas mais restritivas.

"É difícil tomar esta decisão agora, mas ela é necessária. Na semana passada, tínhamos 50% menos pessoas internadas no Rio. Tomamos essa decisão por necessidade, ouvindo a ciência e, claro, olhando para as questões econômicas também. Não estamos felizes, mas, neste momento, precisamos disso para salvar vidas. Peço a solidariedade dos cariocas e niteroienses, principalmente, em relação às praias. Peço também aos empresários, já que temos hoje uma das maiores taxas de desemprego. Seria bom ter outras autoridades falando a mesma voz", disse Paes.

Os Comitês Científicos do Rio e de Niterói, em reunião com os prefeitos e secretários de saúde, apresentaram um posicionamento consensual sobre a necessidade urgente da implementação de medidas restritivas da circulação e aglomeração de pessoas, considerando todos os indicadores de crescimento da contaminação e as consequências da pandemia, incluindo a iminente saturação da capacidade do atendimento hospitalar da rede pública e privada.

O secretário municipal de Saúde de Niterói, Rodrigo Oliveira, frisou que o atual cenário epidemiológico indicam a necessidade de mais restrição de contato e aglomeração.

"Estamos falando da segunda maior Região Metropolitana do Brasil. Niterói fez em maio de 2020 um decreto que estabelece uma métrica com 12 indicadores. E essa métrica produz o indicador síntese que posiciona a gente. Nas últimas semanas, pela taxa de crescimento de novos casos e, depois, a gente percebeu uma pressão importante na taxa de crescimento de internados com pacientes em UTI. A taxa segue padrões que nos preocupam muito comparados à primeira onda da doença. Neste momento, a taxa de crescimento do número de internações é alta", disse.

O secretário municipal de Saúde do Rio, Daniel Soranz, reforçou que não são medidas simples, mas são medidas necessárias para conter o avanço do vírus.

"O nosso cenário epidemiológico é muito grave, além disso temos uma nova variante do vírus. É necessário tomar medidas objetivas para reduzir estes índices. Temos o maior número de admissões por dia desde 2020 e ele fica muito próximo do número de admissões da primeira curva",
frisou.