Jornalista gonçalense Mário Dias morre aos 78 anos

Mário Dias fez história em O FLUMINENSE e em outros veículos - Foto: Divulgação

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Prestes a completar 60 anos dedicados à profissão, o jornalista, produtor, radialista e escritor, Mário Dias faleceu no início da tarde desta quarta-feira (24), aos 78 anos, na Casa de Saúde Santa Martha, depois de não resistir a uma cirurgia para a retirada de um tumor no intestino. Natural de São Gonçalo, Mário Dias se firmou na profissão na antiga capital fluminense, onde atuou em diferentes jornais como A Tribuna, Jornal de Icaraí, que ajudou a fundar junto com Jourdan Amora e O FLUMINENSE, nesse último responsável por uma sessão dedicada a cobrir o dia a dia das comunidades mais carentes da cidade.

Foi no jornal O Dia que ele viveu seu maior momento na imprensa. Primeiro na sucursal que o popular diário carioca mantinha em Niterói. Era o principal repórter de polícia da sucursal, dirigida por Ruy Santa Cruz e Abel Pereira. Em seguida, trabalhou na velha sede da Rua do Riachuelo e cobriu casos importantíssimos do noticiário policial, a maioria reunidos no seu livro Malditos Repórteres de Polícia.

Sua extensa carreira é marcada pela versatilidade: o profissional trabalhou também na redação do jornal "Luta Democrática" e foi produtor da extinta TV Manchete e TV Globo, além de apresentar, produzir e dirigir por mais de 10 anos o programa de TV "Casa da Gente", exibido em TV's regionais da cidade de Niterói e na web. Por 18 anos, esteve a frente da Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Niterói, durante as gestões dos prefeitos Jorge Roberto Silveira (3 mandatos), João Sampaio e Godofredo Pinto.

A vertente literária também é um dos pontos altos de sua carreira: é autor do "Malditos Repórteres de Polícia", e "CTI - Antessala da Morte". Por conta de sua vasta experiência como jornalista investigativo e repórter policial, foi convidado a fazer parte da coletânea "50 anos de crime", organizada pelo jornalista Fernando Molica, e mais recentemente "Estranha Colheita", de Carlos Alberto Machado.

Foi protagonista de dois programas "Linha Direta" da TV Globo ao narrar um dos casos mais emblemáticos de sua trajetória como repórter: "O mistério das máscaras de chumbo". Também já teve passagem pelo cinema, como personagem principal do premiado documentário "Efeito Casemiro", dirigido por Clarice Saliby.

Como produtor cultural, Mario Dias produziu e apresentou shows de grandes nomes do samba e da MPB como Beth Carvalho, Zeca Pagodinho, Alcione, Jovelina Pérola Negra, Dudu Nobre, Arlindo Cruz; entre outros. Nos anos 2000, foi também produtor e assessor de imprensa das duas edições da Micareta do Rio, realizadas no Autódromo e na Praia da Barra da Tijuca. Além disso, é um dos fundadores do Bloco das Piranhas, em Niterói, e liderou durante mais de 15 anos a Festa da Virada, no Réveillon da Praia de Icaraí, além de ser o locutor oficial de diversas atividades culturais na cidade de Niterói.

O samba sempre foi uma de suas grandes paixões: Baluarte e membro da Acadêmicos do Cubango, desde o ano de 1959, quando a escola foi fundada, sendo um dos componentes mais antigos ainda a desfilar na escola. Atualmente, integrava o Conselho Soberano da agremiação, e não há dúvidas de que seu coração é verde-e-branco. Ainda em Niterói, ele atuou como sambista, produtor e jornalista no Carnaval da Cidade, virou enredo do bloco Segundo Clichê, formado por colegas jornalistas, e da escola de samba "Fora de Casa".

Por mais de 40 anos, Mario Dias participou da cobertura dos desfiles das Escolas de Samba do Rio de Janeiro como jornalista, acompanhando toda a evolução da festa; atuando no rádio, TV e jornal. Atualmente, era membro do Conselho Editorial do Jornal Casa da Gente, fundado por ele.

Mario Dias tinha 78 anos, nasceu em 21 de agosto de 1942 e deixa três filhos, Soraia, Mario José e Luana e dois netos, Matheus e Charlote.