Fiocruz faz alerta sobre pandemia

A manutenção da tendência de alta transmissão da c-19 no Brasil na semana passada indica que a pandemia pode permanecer em níveis críticos ao longo deste mês - Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

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A manutenção da tendência de alta transmissão da covid-19 no Brasil na semana passada (4 a 10 de abril) indica que a pandemia pode permanecer em níveis críticos ao longo deste mês. O alerta foi feito nesta sexta-feira (16), pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no boletim Observatório Covid-19.

Os pesquisadores apontam que as medidas restritivas adotadas por alguns estados e municípios produziram "êxitos localizados", que podem resultar na
redução de casos graves da doença nas próximas semanas.

Apesar disso, a flexibilização dessas medidas nesse momento pode fazer retornar o ritmo acelerado de transmissão, em um cenário em que o isolamento social mais rigoroso ainda não teve impacto sobre o número de óbitos e a demanda hospitalar dos pacientes com covid-19.

O boletim também aponta o risco de a pandemia se estabilizar em um patamar muito mais elevado que no ano passado. Indicam esse quadro a estabilização na incidência de novos casos da doença e a permanência de níveis críticos na ocupação de leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) na maior parte do país.

Média diária de mortes e UTI - Na semana passada, o Brasil voltou a superar a média diária de mais de 3 mil mortes, e, em 12 de abril, chegou ao recorde de 3.123 mortes na média móvel de sete dias, segundo dados do painel Monitora Covid-19, da Fiocruz.

A ocupação de UTIs para pacientes com covid-19 permanece acima de 80% em 22 estados e no Distrito Federal. Apesar disso, a fundação destaca a saída do Maranhão da zona de alerta crítico para a zona de alerta intermediário, com 78% de ocupação; além de quedas significativas do indicador no Pará (de 87% para 82%), Amapá (de 91% para 84%), Tocantins (de 95% para 90%), Paraíba (de 77% para 70%) e São Paulo (de 91% para 86%).

O boletim mostra ainda que, até a sexta-feira da semana passada, 30,2% das pessoas vacinadas contra a covid-19 haviam recebido as duas doses do imunizante, enquanto 69,8% receberam apenas uma dose.

A Fiocruz reforça que tanto a CoronaVac quanto a Oxford/AstraZeneca preveem duas doses para que o esquema vacinal seja completo. Diante disso, é recomendado planejamento da imunização, monitoramento e busca ativa dos faltosos na segunda dose, o que é necessário para alcançar a proteção pretendida pela vacinação e não desperdiçar recursos.

O total de mortes registradas em decorrência da covid-19 cresceu 8% na Semana Epidemiológica (SE) 14, de 4 a 10 de abril. Neste período, foram registrados 21.141 novos óbitos, contra 19.643 confirmados na semana anterior. A média móvel de mortes (total de vidas perdidas pelo número de dias) na SE 13 ficou em 3.020.

O resultado foi mostrado no Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde sobre o coronavírus de número 58. O documento reúne a avaliação da pasta sobre a evolução da pandemia, considerando as semanas epidemiológicas e o tipo de mediação empregada por autoridades de saúde para essas situações.

A curva de mortes durante a pandemia mostra um aumento intenso a partir do fim do mês de fevereiro. O resultado da SE 14 é quase o triplo de dois meses atrás, quando na SE 6 foram registrados 7.528 novos mortos.