Brasil: 400 mil mortes por covid

Antônio Barra Torres, presidente da Anvisa, fez um pronunciamento para rebater críticas do laboratório russo - Foto: Reprodução/TV Brasil

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Sem cenário muito otimista para as próximas semanas, o Brasil ultrapassou nesta quinta-feira a triste marca de 400 mil mortes por covid-19 desde o início da pandemia. O assustador número revela a lentidão no combate ao coronavírus no país e mostra que o ritmo de
mortes pela doença quadruplicou.

Segundo o levantamento das secretarias estaduais de Saúde, foram registrados 400.021 óbitos causados pelo vírus até ontem. O Brasil havia ultrapassado 300 mil mortes por Covid-19 no dia 24 de março.

Intenso como nunca antes, os números desvendam que entre março e abril, foram 100 mil mortes registradas em apenas 36 dias, ou seja, uma em cada quatro pessoas que morreram pela doença no Brasil perdeu a vida nesse período.

Vale lembrar, que o Brasil é o segundo país em óbitos acumulados, atrás apenas dos Estados Unidos da América (cerca de 575 mil), e também o segundo no registro de novas ocorrências da Covid-19 na última semana, ranking liderado agora pela Índia. A taxa de letalidade mais que dobrou, de 2% no final de 2020, para 4,4% na semana passada.

Em contrapartida, diferentemente do mês passado, quando a média de mortes estava com tendência de alta, neste final de abril, a média de mortes está em queda, após vários estados terem adotado medidas mais duras de restrição em meio à segunda onda da Covid-19.

Apesar disso, o número diário de mortes permanece num patamar muito elevado, com mais de 2 mil vítimas diárias da Covid há mais de 40 dias.

Vacina - O presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antônio Barra Torres, fez um pronunciamento ontem por meio das redes sociais do órgão questionando críticas feitas pelos laboratórios e instituições responsáveis pelo desenvolvimento da vacina Sputnik V.

O pedido de importação de 66 milhões de doses do imunizante foi negado na segunda-feira (26). A Anvisa apontou uma série de problemas, entre eles, a presença ou não de adenovírus com capacidade de replicação no corpo dos pacientes que receberem doses da vacina.

Ontem pela manhã, a conta oficial dos responsáveis pela vacina no Twitter comunicou a intenção de judicializar a análise feita pela agência brasileira. "Após a admissão do regulador brasileiro Anvisa de que não testou a vacina Sputnik V, a Sputnik V está iniciando um processo judicial de difamação no Brasil contra a Anvisa por espalhar informações falsas e imprecisas intencionalmente", diz a mensagem.

No pronunciamento, a Anvisa buscou rebater o argumento da Sputnik V e reforçar a análise realizada por sua equipe técnica, bem como a decisão de negativa da importação. O presidente da agência e o gerente-geral de Medicamentos do órgão, Gustavo Mendes, disseram que a informação da presença de adenovírus com capacidade de replicação foi admitida nos documentos entregues pelo laboratório.

"A Anvisa foi acusada de mentir, de atuar de maneira antiética e de produzir fake news sobre a identificação do adenovírus replicante em documentos que tratam da vacina Sputnik V. As informações sobre a presença de adenovírus replicantes constam dos documentos entregues à Anvisa pelo desenvolvedor da vacina Sputnik V", disse Barra Torres.

Gustavo Mendes defendeu a equipe responsável pela análise de vacinas, que, segundo ele, tem experiência no assunto. O gerente-geral argumentou que o exame das propostas é orientado sobretudo pela avaliação acerca da segurança da vacina. Na análise, a equipe teria encontrado nos documentos e durante testes sinais da presença de adenovírus com possibilidade de replicação.