Nelson Sargento perde a luta para a covid-19, aos 96 anos

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O samba carioca perdeu ontem um de seus maiores expoentes: compositor, cantor, pesquisador da música popular brasileira, artista plástico, ator e escritor, Nelson Sargento, nome artístico de Nelson Mattos, morreu aos 96 anos, vítima de complicações decorrentes da covid-19. Presidente de honra da Mangueira, Nelson Sargento foi internado no dia 20, no Inca, com quadro de desidratação, anorexia e significativa queda do estado geral. Ao chegar no hospital, foi realizado o teste de covid-19, que deu positivo para a doença, apesar de o sambista ter tomado as duas doses da vacina CoronaVac em 31 de janeiro e 26 de fevereiro.

No sábado (22), ele foi transferido para a UTI, com piora do padrão ventilatório e hipertensão, respirando com auxílio de máscara de oxigênio. Apesar de todos os esforços terapêuticos utilizados, segundo a unidade médica, o óbito ocorreu às 10h45 de ontem.

Sargento compôs cerca de 400 músicas. Nascido em 25 de julho de 1924, aos 12 anos saiu do Morro do Salgueiro para morar no Morro da Mangueira. Em 1955, em parceria com o famoso compositor mangueirense Alfredo Português, Nelson compôs o samba-enredo Primavera, também chamado As quatro estações do ano, considerado um dos mais belos sambas-enredo do carnaval.

O apelido Sargento derivava da mais alta graduação que Nelson Mattos alcançou quando serviu ao Exército.

Sobre a morte do artista o Governo do Estado divulgou nota assinada pelo governador Cláudio Castro.

"O samba e o Rio de Janeiro perderam hoje um de seus ícones. Cantor, compositor e artista plástico, Nelson Sargento deixou uma obra marcante, principalmente enaltecendo a sua querida Estação Primeira de Mangueira. Minha solidariedade a familiares, amigos e seus muitos admiradores, como também a todos que perderam pessoas queridas nesta pandemia".