Fiocruz antecipa entrega de vacinas

Total de doses entregues pela Fiocruz chega a 65,9 milhões, quase a metade do que foi distribuído em todo o Brasil. Só em junho foram fornecidos 18 milhões - Foto: Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)

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A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) antecipou para ontem (30) a entrega de 3 milhões de doses da vacina Oxford-Astrazeneca contra covid-19 ao Programa Nacional de Imunizações (PNI). Inicialmente, esta remessa seria entregue amanhã (2).

Segundo a Fiocruz, a antecipação foi possível por conta da liberação de lotes pelo controle de qualidade, que ocorreu no início da semana. Cerca de 148 mil doses ficarão no Rio de Janeiro.

Desta forma, a fundação chega a 65,9 milhões de doses entregues ao PNI, incluindo as 4 milhões de vacinas importadas do Instituto Serum, na índia. Só no mês de junho, foram fornecidos mais de 18 milhões de imunizantes.

A Fiocruz tem ingrediente farmacêutico ativo (IFA) para entregas semanais da vacina até 23 de julho.

Intervalo da AstraZeneca - O Ministério da Saúde distribuiu até agora cerca de 130 milhões de doses de quatro tipos de vacina contra covid-19 para todo o país. Quase metade é do imunizante desenvolvido pela universidade inglesa de Oxford com a farmacêutica anglo-sueca AstraZeneca e fabricado no Brasil pela Fiocruz.

Inicialmente, o intervalo entre as duas doses dessa vacina era de quatro semanas. Logo depois aumentou para três meses. Agora, os pesquisadores de Oxford indicam que pode ser mais vantajoso tomar a segunda dose 11 meses depois da primeira. Os dados preliminares mostram que esse intervalo maior pode aumentar a resposta imunológica até 18 vezes.

O diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações, Renato Kfouri, comentou sobre a possibilidade de ampliar o intervalo entre as doses e destacou a importância dos estudos, mas que é preciso tomar a segunda dose no tempo estabelecido.

Ele disse que "em países mais pobres a imunização é feita com vários tipos de doações." Frisou que é preciso respeitar a data da segunda dose anunciada no cartão de vacinação.

Ou seja, apesar das pesquisas, ainda é preciso - e muito importante - tomar a segunda dose da vacina na data indicada no cartão de vacinação. Outros estudos também são conduzidos, por exemplo, para avaliar a possibilidade de concluir o esquema vacinal com uma dose, no caso da Janssen, ou com duas doses nas demais vacinas, e, depois, tomar a terceira dose como reforço. Essa dose poderia ser da mesma vacina ou de outro imunizante.

Intercâmbio de vacinas - Os pesquisadores também testam o que chamam de intercâmbio de vacinas, para aproveitar as diferentes respostas imunológicas provocadas por cada imunizante. Em Oxford, o teste é com a primeira dose da AstraZeneca e a segunda da Pfizer.

Renato Kfouri destacou que, entre os motivos para pesquisas desse tipo, está a vacinação em países mais pobres, que receberão doações de diferentes tipos de imunizante.

É o caso da cidade do Rio de Janeiro. Desde terça-feira, as gestantes que receberam a primeira dose da AstraZeneca vão receber a segunda da Pfizer. No dia 12 de maio, o Ministério da Saúde decidiu que as grávidas não devem ser vacinadas com a AstraZeneca, devido ao risco de reações adversas.

Vale destacar que as pesquisas conduzidas pela Universidade de Oxford estão em fase inicial. São estudos de segurança e resposta imunológica, e ainda não têm dados sobre eficácia.