Huap oficializa unidade com foco na atenção psicossocial

Tânia Ventura, chefe da unidade, ressalta que serviços vão trabalhar juntos para melhorar o cuidado com os pacientes - Foto: Divulgação/UFF

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O Hospital Universitário Antônio Pedro (Huap) oficializou, recentemente, a Unidade de Atenção Psicossocial. Ela já existia no organograma da unidade médica, mas ainda não estava instituída no hospital. A unidade reúne três setores: Psicologia, Psiquiatria e Serviço Social. A ideia de juntar os profissionais que trabalham nessas áreas é fazer um acompanhamento multiprofissional e integral com os pacientes do Huap, realizando o gerenciamento do cuidado. Dessa forma, o usuário será atendido adequadamente e com uma linguagem única de propostas.

"As chefias desses serviços vão trabalhar conjuntamente para aplicar ações que possam melhorar o cuidado com os pacientes do hospital. Uma das funções primordiais é fazer com que as equipes se inter-relacionem e se desenvolvam. Embora com suas especificidades em cada serviço, elas estarão voltadas a buscar o aprimoramento de cada função. Outro trabalho fundamental é a implementação de diretrizes da gestão da clínica e da clínica ampliada, visando a linha do cuidado", explica a chefe da Unidade de Atenção Psicossocial, a psicóloga Tânia Ventura.

A Unidade vai avaliar protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas, além de propor atividades de educação permanente das equipes, para serem desenvolvidas no Huap e na rede de atenção à saúde. O principal objetivo com esse trabalho conjunto é fomentar a horizontalização do cuidado multi, articulando o vínculo dos profissionais com o paciente e seus familiares. A ideia é que o ser humano deve ser visto como um todo, não em partes. De acordo com Tânia, são três setores que precisam entender as necessidades específicas do usuário para pensar as ações de forma global:

"A área de saúde mental deve ser sempre olhada com a visão de atendimento multiprofissional. Cada questão que chega para ser solucionada, pode e deve ser desenvolvida pelas equipes em conjunto, e não separadamente. A partir do momento que um paciente entra aqui no hospital, ele passa a ser visto e acompanhado pela Unidade o tempo inteiro. Se você trabalha o cuidar dessa pessoa de forma integral, você consegue compreender melhor e, consequentemente, facilitar as ações com ela. Se você tem uma visão psicológica em união com a visão social, você vai fazer ele se sentir melhor e mais acolhido. Quem ganha é o paciente e o hospital como um todo", conclui Tânia Ventura.

Cuidar dos que cuidam- Com foco no cenário desafiador e doloroso da pandemia, um grupo de professores e alunos do Instituto Biomédico, do Instituto de Humanidades e Saúde (Campus Rio das Ostras) e do Hospital Universitário Antônio Pedro (Huap) da UFF, além de professores e alunos de outras quatro universidades públicas (Uerj, UniRio, UFRJ e Ufop), desenvolveu um projeto que alerta sobre a urgência de olharmos com atenção para a ainda muito elevada quantidade de óbitos diários pelo novo coronavírus e para a necessidade de rompermos com o silenciamento em torno deles. A equipe é multidisciplinar e envolve pesquisadores das neurociências, psicologia, psiquiatria, epidemiologia, entre outras áreas.

Ao identificar fatores que podem agravar ou minimizar o adoecimento mental desses profissionais, são oferecidas informações importantes para os gestores dos ambientes hospitalares e do sistema de saúde como um todo, que podem ser usadas para reduzir o impacto desse momento na saúde mental desses indivíduos, diz Mirtes Garcia Pereira, professora do Instituto Biomédico e uma das coordenadoras do PSIcovidA.

Inaugurado no ano de 2020, no auge da pandemia no país, o PSIcovidA, que é coordenado pela UFF e tem como intuito investigar a saúde mental dos profissionais de saúde ao longo desse período, busca tornar visível a dor das pessoas que têm convivido com essas milhares de mortes invisíveis. Mais especificamente, o objetivo é o de compreender os efeitos do Transtorno do Estresse Pós-Traumático e da depressão daqueles que trabalharam (ou seguem trabalhando) em ambientes hospitalares e em unidades de pronto atendimento durante a pandemia.