Huap volta a fazer transplantes

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Ontem foi comemorado o Dia Nacional de Doação de Órgãos. A data foi criada para reforçar a importância dos doadores para que os transplantes possam ser realizados pelas unidades de saúde. É o caso do Hospital Universitário Antônio Pedro (Huap), da Universidade Federal Fluminense, em Niterói, que faz transplantes de rim e córnea. Por conta da Covid-19, os procedimentos estavam suspensos desde o início de 2020. O retorno ocorreu há duas semanas, e já com uma novidade: pela primeira vez, o hospital fez dois transplantes renais no mesmo dia.

"Isso ocorreu porque um de nossos pacientes cadastrados estava entre os dois primeiros da lista de compatibilidade, e o outro era do Hospital de Bonsucesso, que ainda não voltou a transplantar. Existe uma solidariedade entre os hospitais para socorrer aqueles que, por algum motivo, não estejam transplantando. Isso evita que o doente cadastrado acabe perdendo sua oportunidade na fila. Como era a nossa vez na lista do rodízio, nos responsabilizamos pelo transplante do doente de Bonsucesso", explica o chefe da Nefrologia e responsável técnico pelos transplantes de rim do Huap, Jocemir Ronaldo Lugon.

Assim como o hospital da UFF se responsabilizou pelo transplante de um usuário de outro hospital, o mesmo aconteceu no tempo em que o Huap precisou suspender seus procedimentos. Durante o período, os pacientes em espera não saíram da lista. Jocemir afirma que a necessidade de parar com os transplantes no Huap foi por uma questão de proteção aos pacientes. Segundo o médico, considerando que o paciente imunossuprimido se defende menos contra possíveis infecções, seria mais cuidadoso e conveniente não fazer transplante nesta época.

"Não fomos apenas nós que paramos, outros hospitais também. Nossa equipe conversou e entendeu que seria melhor suspender, por ficarmos receosos com o contágio de Covid-19, por ter uma taxa de transmissão alta no ambiente hospitalar e por, naquela época, termos muitos pacientes internados com coronavírus no Huap. Imunossuprimir sem saber quais vão ser as consequências nessas condições é perigoso. O transplante de rim não é emergencial, já que o doente pode ficar em diálise e esperar. O procedimento permite que o indivíduo fique sem o órgão até que apareça um compatível para o transplante", comenta Jocemir.

O único órgão vascularizado que o Huap transplanta é o rim. O outro tipo não é vascularizado, que é o de córnea. O primeiro registro de transplante feito no hospital é de 1995, após grande revitalização no setor, ocorrida em 1988. Deste ano para cá, houve uma organização mais sistematizada e com regularidade. Hoje, há dois leitos para transplantes na unidade de diálise do Huap. Em relação à doação de órgãos, quem capta é o programa estadual. São eles que têm a equipe de cirurgiões para a retirada. Já o implante é feito por cada hospital.