Os Condes passarão

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Dom José Francisco*

É nas tribulações da história, que Deus se mostra: em Aparecida foi assim.

A aparição da imagem ocorreu em outubro de 1717, quando Pedro Miguel de Almeida Portugal e Vasconcelos, Conde de Assumar e Governador das capitanias de São Paulo e Minas, numa viagem até Vila Rica, passava pela cidade de Guaratinguetá.

Foi decidido um banquete em homenagem ao Conde, quando seriam servidos peixes do Rio Paraíba. A Domingos Alves Garcia, seu filho João Alves e seu cunhado Filipe Pedroso foi dada, então, a missão de realizar a tal pesca.

A noite avançava, as horas se passavam... E nada! Os três desceram até o Porto de Itaguaçu. Já iam desistindo, quando João Alves jogou a rede pela última vez e, pasmem, apanhou a imagem de uma santa, contudo, sem a cabeça. Lançou novamente a rede e, dessa vez, apanhou a cabeça, que encaixava perfeitamente no corpo da imagem.

"A Virgem está conosco!" - gritou João.

Novamente, lançadas, as redes trouxeram tamanha quantidade de peixes que quase se rompiam.

A primeira manifestação da Senhora chamada de Aparecida foi a de u'a mãe de família que cuida, protege e alimenta os filhos. Se o conde queria peixes, que dessem peixes ao conde. A seus filhos, os mais empobrecidos, a Mãe (recém) Aparecida daria mais: daria consolo, resguardo e coragem, daria ininterrupta força na caminhada.

Um dos mais belos traços da piedade brasileira é o seu cunho mariano. A Mãe de Deus está associada às dores e alegrias desse povo incansável em reencontrar sempre novas motivações para jamais desanimar e seguir em frente.

Abençoado o povo que tem Maria de Nazaré como mãe forte, corajosa e sempre comprometida com o sofrimento de seus filhos, sobretudo, quando oprimidos.

Os condes passarão, sempre passam. Algo maior, permanecerá.

Foi o que celebramos, ainda na terça-feira.