Parceria pelo desenvolvimento

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Como recursos fósseis finitos poderiam contribuir para a construção de uma estabilidade financeira e de um desenvolvimento sustentável em uma economia? Partindo desse desafio e buscando soluções inovadoras como resposta, o Departamento de Economia da Universidade Federal Fluminense (UFF), vinculado ao Centro de Estudos sobre Desigualdade e Desenvolvimento (CEDE), se engajou em uma parceria com a Prefeitura de Niterói, a Fundação Euclides da Cunha e o Jain Family Institute, organização não lucrativa de pesquisa nas ciências sociais.

O projeto, intitulado "Desenvolvimento de Modelagem de Gestão do Fundo de Equalização de Receita de Niterói", tem como intuito desenvolver instrumentos para auxiliar a gestão do Fundo de Equalização da Receita (FER) da Secretaria da Fazenda de Niterói, criado para melhor gerir a aplicação das receitas provenientes dos recursos de petróleo e gás da cidade, os chamados royalties de petróleo. O projeto visa, portanto, contribuir para o aprimoramento da gestão do fundo, por meio de técnicas de modelagem matemática e de análise quantitativa e qualitativa.

Para o reitor Antonio Claudio Lucas da Nóbrega, este projeto, que compõe também o Programa de Desenvolvimento de Projetos Aplicados (PDPA), uma cooperação ampla da Prefeitura de Niterói com a UFF, gira em torno da gestão de recursos financeiros do município. "A universidade está prestando seu conhecimento em prol do aperfeiçoamento dessa gestão econômica, servindo como instrumento de sustentabilidade do município. Trata-se, enfim, de mais uma forma de devolver para a sociedade o investimento público em ciência e tecnologia", afirma.

A iniciativa da Prefeitura de Niterói de transformar a renda dos royalties de petróleo em uma base permanente para o desenvolvimento sustentável e equitativo torna o FER bem posicionado para servir de modelo no Brasil e no mundo. No futuro, outros municípios e estados que têm ou venham a ter fundos soberanos poderão se beneficiar de ferramentas semelhantes", Fábio Waltenberg, professor de Economia da UFF e coordenador do projeto.

Uma das principais inovações da iniciativa é o desenvolvimento de um software que fornece uma simulação estocástica do FER, ou seja, que faz previsões e simulações levando em conta as probabilidades e tendências de variação dos preços do barril de petróleo, de fundos de ações, de títulos do governo e de investimentos em geral. Para isso, são utilizadas técnicas de análise de séries temporais e de volatilidade, que tentam prever a trajetória futura dos preços a partir de informações sobre como se comportaram no passado.

O professor de Economia da UFF e coordenador do projeto, Fábio Waltenberg, explica que essas ferramentas, tipicamente utilizadas apenas pelos maiores gestores de investimentos do mundo, estão sendo desenvolvidas em estreita coordenação com a equipe da Secretaria da Fazenda. "Nosso projeto inova ao reunir habilidades e expertises diversas em benefício do desenvolvimento de instrumentos que servirão para aprimorar a gestão de um fundo municipal", esclarece.

Segundo ele, o reconhecimento do papel crucial que os fundos da riqueza social subnacional podem desempenhar no desenvolvimento econômico e social está crescendo em muitas partes do mundo. "A iniciativa da Prefeitura de Niterói de transformar a renda dos royalties de petróleo em uma base permanente para o desenvolvimento sustentável e equitativo torna o FER bem posicionado para servir de modelo no Brasil e no mundo. No futuro, outros municípios e estados que têm ou venham a ter fundos
soberanos poderão se beneficiar de ferramentas semelhantes".