Malhação ainda com as máscaras

O decreto prevê que pessoas de 15 a 59 anos devem apresentar comprovante com duas doses ou dose única - Foto: Arquivo / Agência Brasil

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O secretário estadual de Saúde, Alexandre Chieppe, disse ontem que o decreto publicado nesta quarta (17) pelo prefeito Eduardo Paes (PSD), liberando o uso das máscaras em academias e centros de treinamento não tem validade até que o governo do estado flexibilize também a restrição. Segundo o Ministério Público, entendimento do STF diz que embora os municípios tenham autonomia, vale a norma mais
restritiva.

O decreto do prefeito libera o uso de máscaras, mas ainda obriga apresentação do comprovante de vacinação contra covid-19 para acessar esses locais. Prevê ainda que pessoas de 15 a 59 anos devem apresentar comprovante de imunização com duas doses ou dose única. Aqueles com mais de 60 anos devem também comprovar vacinação com a dose de reforço para ingressar e permanecer nesses locais.

A prefeitura do Rio de Janeiro já havia desobrigado o uso de máscaras em locais abertos no fim de outubro.

Segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde, 75,7% da população carioca já foram imunizados com duas doses ou dose única de vacina contra covid-19. Considerando-se apenas a população com 12 anos ou mais, o percentual sobe para 88,3%.

Fiocruz - O Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz) iniciou um estudo para avaliar os motivos da hesitação de responsáveis por crianças e adolescentes em imunizá-los contra a covid-19. Os pesquisadores criaram um formulário na internet, que poderá ser respondido até 30 de janeiro de 2022.

A pesquisa, chamada de VacinaKids, foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa do IFF/Fiocruz (CEP-IFF), e é destinada a brasileiros maiores de 18 anos que morem no Brasil e sejam responsáveis por ao menos uma criança ou adolescente menor de 18 anos. O objetivo é compreender o posicionamento e as motivações desses adultos para a decisão de não vacinar crianças e adolescentes sob seus cuidados.

A coordenadora do estudo é a pesquisadora clínica do IFF/Fiocruz Daniella Moore, que também coordenou o trabalho Trend, realizado entre 22 e 29 de janeiro de 2021 para verificar a intenção dos brasileiros de tomar a vacina. Com mais de 173 mil participações voluntárias, o estudo chegou ao percentual de 89,5% de pessoas com a intenção de se imunizar e também investigou os motivos da hesitação, que foi definida como não pretender se vacinar, não ter certeza se iria se vacinar ou apenas concordar em ser vacinado dependendo do imunizante usado.

Em texto divulgado pelo IFF/Fiocruz, Daniella Moore explica que a pesquisa permitirá ver se a adesão se mantém no caso dos responsáveis por crianças e adolescentes. Tais informações vão ajudar a elaborar estratégias para reduzir a hesitação e contribuir para a imunidade coletiva e a superação da pandemia de covid-19.

"Um estudo realizado em 12 emergências dos Estados Unidos da América, do Canadá e de Israel mostrou dados preocupantes, pois, apesar da persistência da pandemia, a hesitação vacinal aumentou entre pais de crianças e adolescentes, quando comparados os períodos de março a maio de 2020 com dezembro a março de 2021", afirma Daniella, no texto divulgado pelo instituto.

A vacinação de crianças e adolescentes menores de 12 anos contra a covid-19 no Brasil ainda está sendo avaliada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Na semana passada, os fabricantes Pfizer/BioNTech pediram autorização à agência para que sua vacina seja aplicada na faixa etária de 5 a 11 anos. Para 12 anos ou mais, o uso da vacina já está autorizado.

Também na semana passada, o Instituto Butantan divulgou estudo da fabricante Sinovac com resultados preliminares que indicam que a Coronavac é segura para crianças maiores de 3 anos e adolescentes.