Déficit habitacional vai movimentar vendas de imóveis em 2022

Richard Sonsol*

A expectativa do mercado imobiliário para 2022 é positiva. Déficit habitacional, crescimento da população, formação de novas famílias e forte demanda por imóveis de alto padrão vão movimentar o setor no próximo ano. O cenário é desafiador, mas haverá oportunidades de compra para todos os segmentos de consumo e renda, como esperam os especialistas.

Existe um déficit habitacional expressivo no país. É preciso construir 1,5 milhão de novas moradias nas principais cidades brasileiras, por ano, para atender à demanda de famílias de menor renda, segundo projeção do presidente do Sindicato da Habitação em São Paulo (Secovi-SP), Basílio Jafet, em recente encontro promovido pela Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), que reuniu especialistas de diversos setores para debater o futuro do segmento.

Estima-se que até 2030 serão necessárias 11,9 milhões de novas moradias, conforme destaca estudo da Ecconit Consultoria Econômica, encomendado pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), divulgado no início do ano. Trata-se de um cálculo do déficit habitacional estendido, que abrange as três principais faixas de renda.

A maior demanda, de 5,2 milhões de residências, fica entre as famílias de menor renda, o que representa 44,4% do total. A faixa de renda média corresponde a um terço do total do déficit e uma fatia de menos de 6% para as faixas mais altas de renda. São novas famílias se formando, mobilidade social e pessoas querendo espaços maiores para morar.

A Abecip estima que os financiamentos com recursos das cadernetas do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) bata o recorde de R$ 195 bilhões em 2021. Os resultados até aqui colaboram com a projeção positiva. No acumulado de janeiro a outubro, o valor financiado somou R$ 171,85 bilhões, alta de 85,4% em comparação com igual período do ano passado.

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