Uma nova moralidade

Cidades
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Dom José Francisco*

Semana passada, eu terminei dizendo que a ética é o mapa humano onde são traçados os caminhos do jogo limpo e da harmonia entre as partes, e, assim, ela espera que os segmentos da vida sempre sejam claros.

Nesse sentido, quando alguém diz que estamos aspirando a padrões morais mais altos, geralmente, afirma que estamos praticando gentileza e jogo limpo, e isso vale para indivíduos e nações.

Há uma frase que já ouvimos incontáveis vezes: "Isso não pode estar errado, porque não prejudica ninguém". Em outras palavras, não importa o estado de um navio por dentro, desde que ele não colida com o navio do lado.

Mas não pode ser só isso!

Assim falando, os resultados dos desvios são tão óbvios que nem são difíceis de serem enxergados: guerra, pobreza, corrupção, mentiras, péssimos serviços, governos desqualificados. Dessa forma, não será impossível o navio humano afundar.

Pensando em navios, não há propósito em lhes indicar o rumo que devem tomar, se não passarem de banheiras velhas e enferrujadas, sem qualquer condição de navegabilidade.

Pensando em pessoas, a melhor intenção não passará de ilusão se elas não se derem conta de que só uma reta orientação e a generosidade dos indivíduos farão com que qualquer sistema funcione de forma adequada. Como eliminar a corrupção ou opressão que prevalecem nos sistemas, se os seres humanos continuarem trapaceiros e opressores? Seguramente, encontrarão alguma forma nova de dar continuidade ao velho jogo, mas para quê, para quem, para onde? Não é possível tornar os homens bons por decreto-lei, mas sem homens bons jamais se obterá uma sociedade boa.

Escrito com todas as letras, uma nova moralidade repousa no interior do indivíduo, e só assim iremos encontrar saída para os impasses sociais.

Isso precisa estar claro.