Um cenário em mutação

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Charbel Tauil Rodrigues*

Duas recentes pesquisas do Instituto Fecomércio de Pesquisas e Análises (IFec RJ) sugerem um cenário de certa forma positivo para o empreendedor em terras fluminenses. Os resultados apurados nos dois levantamentos podem não ser excepcionalmente animadores - nem os tempos estão para isso -, mas permitem entrever alguma luz no fim deste túnel de crise econômica, pandemia e incertezas diversas que tão afligiu a todos nós nos últimos dois anos.

Num dos estudos do Ifec RJ, os empresários do setor de serviços figuraram mantendo o otimismo na retomada econômica e no crescimento dos negócios, com 79,1% dos entrevistados afirmando esperar que a situação melhore - ou melhore muito - nos próximos três meses. Este total foi de quase 2% em relação à pesquisa anterior. Para 28,8% dos empresários ouvidos, o panorama de seus negócios melhorou ou melhorou muito nos últimos três meses. Para 22,4%, a situação piorou; 9,9% disseram que piorou muito, e 38,8% observaram que seus empreendimentos permaneceram iguais. Já sobre os principais fatores que limitam os seus negócios, atualmente, a sondagem mostra que 46,8% dos entrevistados apontam a demanda insuficiente e outros 44,4% indicam as restrições financeiras. A falta de mão de obra é apontada por 14,3% como limitador dos negócios, seguida da falta de espaço e/ou equipamentos com 11,7%, patamar acima da pesquisa anterior, que registrou 10,1%.

Na outra pesquisa do Ifec RJ, voltada para os consumidores, revelou que houve uma queda (de 60,1% para 57,1%) no medo de se perder o emprego nos próximos três meses. Um tanto paradoxalmente, apurou-se ainda que a quantidade consumidores fluminenses que afirmaram ter sofrido diminuição da renda familiar aumentou, indo de 52,6% (fevereiro) para 57,4% (março), tendo diminuído o percentual de pessoas que disseram ter aumentado a renda: de 13,3% para 9,7%. Mesmo com menos medo do desemprego, o consumidor não abriu mão da cautela. Perguntados sobre os gastos com bens duráveis nos próximos três meses, 26,6% dos consumidores afirmaram que devem aumentar esse tipo de consumo, apresentando queda de 3,2 pontos percentuais em relação a fevereiro (29,8%). Outros 38,7% responderam que vão diminuir esses gastos - no mês anterior foram 39,5%, queda de 0,8 ponto percentual. Já 34,7% responderam que irão manter esses gastos, enquanto na sondagem passada foram 30,8%.

Enfim, os indicadores estão aí e apontam, embora timidamente, para um clima de otimismo que em tese poderia potencializar a retomada das atividades econômicas. Falta agora que as autoridades públicas locais também façam a sua parte - por exemplo, desobrigando de vez o uso de máscaras nos estabelecimentos de Comércio e Serviços, aqui em Niterói. A vacinação avança, a pandemia se retrai, não havendo mais razão de manter a população obrigada ao uso das máscaras.

Temos dito que a recuperação do Comércio e dos Serviços precisará de uma longa jornada. Que ninguém se iluda: não será de uma hora para outra que conseguiremos voltar ao movimento e às vendas de antes da pandemia. Mas esse caminho precisará ser enfrentado por todos os empreendedores, independentemente de seu ramo ou porte. E nisto é fundamental o papel de apoio que as entidades de classe, como o Sindilojas, podem proporcionar.

Estamos e estaremos sempre de portas abertas para o comerciante. Juntos, vamos vencer esta crise!