Rio adia início de uso de câmeras em uniformes

Equipamentos vão ser usados por policiais de 10 batalhões do estado - Foto: Rovena Rosa/Ag..ncia Brasil

Rio de Janeiro
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O governo fluminense decidiu adiar o início do uso de câmeras portáteis no uniforme dos policiais militares. O equipamento começaria a ser usado na próxima segunda-feira (16), em dez batalhões da cidade do Rio de Janeiro.

Segundo o governo do Rio, no entanto, a empresa responsável pelo fornecimento do equipamento solicitou um adiamento de 20 dias, devido a questões operacionais. O estado informou que já iniciou o processo de aplicação da penalidade.

Em nota divulgada à imprensa, o governo defendeu o uso do equipamento por sua força policial. "Para o governo do estado, é fundamental que esse programa funcione em sua totalidade para que seja garantida a transparência nas ações policiais", informou.

O projeto deve começar com 2.190 policiais militares de três batalhões da zona sul (Botafogo, Copacabana e Leblon), seis da zona norte (Méier, São Cristóvão, Tijuca, Olaria, Ilha do Governador e Maré) e um do centro (Praça da Harmonia).

O cronograma inicial previa ampliar o uso das câmeras, até o fim de maio, para os batalhões de Três Rios (no Vale do Paraíba) e Nova Friburgo, Petrópolis e Teresópolis (os três na região serrana); e até o fim de junho, para os demais batalhões. O novo cronograma não foi divulgado pelo governo do estado.

Repúdio - Após a derrubada, pela Polícia Civil, do monumento em homenagem aos 28 mortos na chacina do Jacarezinho, ativistas, vereadores e entidades ligadas aos direitos humanos repudiaram o ato e pedirão a reconstrução do memorial.

O advogado João Tancredo, representante das famílias de 14 vítimas, disse que não havia nenhuma decisão judicial ou administrativa para a retirada do monumento.

"Não pode ser o meu julgamento dizendo o que é ilegal e o que é legal. Eu tenho que ter uma resposta da justiça e se a justiça diz que é ilegal, eu tenho que tomar, como autoridade, providências. Não há ilegalidade nenhuma na colocação de um memorial às vítimas da chacina, lembrando que foi a mais letal do Rio de Janeiro", disse.

O monumento foi inaugurado na sexta-feira passada (6), para homenagear as vítimas da Operação Exceptis, da Polícia Civil, ocorrida no dia 6 de maio do ano passado. A construção consistia em uma parede com cerca de 1,7m de altura e 1,5m de largura, pintada de azul, onde foram fixadas placas com o nome dos 28 mortos, incluindo o policial André Leonardo de Mello Frias. O memorial não atrapalhava a circulação de pedestres nem de veículos.

O memorial tinha uma placa com os dizeres: "Homenagem às vítimas da chacina do Jacarezinho. Em 06/05/2021, 27 moradores e um servidor foram mortos, vítimas da política genocida e racista do estado do Rio de Janeiro, que faz do Jacarezinho uma praça de guerra, para combater um mercado varejista de drogas que nunca vai deixar de existir. Nenhuma morte deve ser esquecida. Nenhuma chacina deve ser normalizada".