Mandamentos da serenidade

Dom José Francisco*

Quero recordar os 10 MANDAMENTOS DA SERENIDADE vividos pelo Papa São João XXIII. Vejam que as frases começam com um "só por hoje". E não seria exatamente esse o caminho da serenidade?

1. SÓ POR HOJE, tratarei de viver exclusivamente este meu dia, sem querer resolver todos os problemas da minha vida, de uma só vez.

2. SÓ POR HOJE, terei o máximo cuidado no meu relacionamento com os outros. Serei delicado no meu agir, não criticando ninguém, não buscando disciplinar ninguém, senão a mim mesmo.

3. SÓ POR HOJE, me sentirei feliz com a certeza de ter sido criado para ser feliz não só no outro mundo, mas também neste.

4. SÓ POR HOJE, me adaptarei às circunstâncias, sem pretender que todas as circunstâncias se adaptem aos meus desejos.

5. SÓ POR HOJE, dedicarei dez minutos do meu tempo a uma boa leitura, lembrando-me: assim como é preciso comer para sustentar meu corpo, também a leitura é necessária para alimentar a vida da minha alma.

6. SÓ POR HOJE, praticarei uma boa ação, sem contá-la a ninguém.

7. SÓ POR HOJE, farei uma coisa de que não gosto e, se for ofendido nos meus sentimentos, procurarei que ninguém o saiba.

8. SÓ POR HOJE, farei uma agenda completa do meu dia. Talvez não a execute perfeitamente. Em todo o caso, vou fazê-la. E me resguardarei de duas calamidades: a pressa e a indecisão.

9. SÓ POR HOJE, ficarei bem firme na fé, acreditando que a Divina Providência se ocupa de mim, como se apenas eu existisse no mundo - ainda que as circunstâncias manifestem o contrário.

10. SÓ POR HOJE, não terei medo de nada. Em particular, não terei medo de apreciar o que é belo e não terei medo de crer na bondade.

Ao longo de um dia posso fazer bem as tarefas que, talvez, me assustariam se pensasse que devo executá-las durante toda a minha existência.

Esses homens não nasceram nem grandes nem santos. Eles se fizeram. Fizeram-se grandes, por se terem feito pequenos. Fizeram-se santos, por terem compreendido que na essência da alma humana sempre existe uma centelha divina de bondade que nos faz acreditar, sempre e apesar de tudo. Diante da tristeza das guerras e catástrofes, não tenhamos medo de apreciar o que é belo e de acreditar na bondade.