Itaquá apresenta credenciais

Surfistas consagrados e que concorrem ao Oscar de ondas grandes entraram em condições adversas - Foto: TonyDAndrea/Divulgação

Niterói
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A primeira janela do Itacoatiara Big Wave (IBW), que começou ontem (13) oficialmente, surpreendeu até mesmo os organizadores do campeonato. Com ondas que alcançaram séries de seis a sete metros e ventos muito fortes, os atletas tiverem que entrar no mar de jet ski pela Praia de Itaipu para conseguirem descer nas remadas. Nomes como Gabriel Sampaio, Felipe Cesarano, Kalani Latanzi Gutemberg Goulart e Michaela Fregonese , entre outras feras, encararam a potência das ondas consideradas pelos organizadores como as mais difíceis já surfadas em Itacoatiara.

"Os atletas começaram a entrar na água por volta das 7 horas, quando o mar já batia com muita força. Mais tarde a situação piorou e ficou muito ruim para os atletas entrarem, então tivemos que montar toda uma logística para colocar os atletas em segurança no mar, levando os surfistas por Itaipu de jet ski, contornando a pedra até chegar ao Costão, o que demorava, em média, cerca de 40 minutos. Com todas as dificuldades, o IBW teve um início histórico", explicou o idealizador da prova, o presidente da Associação de Surf de Ondas Grandes e Tow In de Niterói, Alexey Wanick, que comemora as condições oferecidas por Itacoatiara para a prática desse tipo de esporte.

Alexey explicou, ainda, que a organização optou por fazer o translado dos atletas de jet ski quando perceberam que Kalani Latanzi, um experiente surfista, estava com dificuldades de entrar na água. Por questão de segurança, os atletas foram deixados num local onde se surfa com segurança. Para ele, o balanço do primeiro dia foi muito positivo, pois a primeira chamada aconteceu no maior swel do ano, em condições extremas para a prática do surfe. Outra ponderação é que mesmo a sessão sendo em condições difíceis, terminou com todos os atletas em segurança e sem nenhum acidente.

Ele explicou que, em função das características do mar, Itacoatiara possibilita tanto o surfe na remada na praia quanto o tow in na Laje do Shock. "Foi pensando nessas características que desenvolvemos o IBW 2022, 1ª competição simultânea no Brasil de surfe de remada e tow in, contribuindo para consolidar Niterói como referência brasileira no surfe de ondas grandes.

No primeiro dia do IBW/2022, o niteroiense Gabriel Sampaio entrou três vezes no mar e conseguiu surfar uma onda de cerca de seis metros.

"Surfar em Itacoatiara é sempre um grande desafio e, hoje, o mar estava bem grande e com a energia muito potente. O vento virou e a previsão se confirmou, então. Consegui pegar três ondas muito boas e estou muito feliz com esse início do campeonato," disse o surfista .

A competição é aberta a qualquer surfista que, para se inscrever, deve enviar vídeos das ondas surfadas para a organização do evento. Após o encerramento da janela, previsto para 31 de agosto, as ondas serão julgadas por uma comissão de arbitragem profissional, utilizando os critérios da Liga Mundial para o surfe de ondas grandes. Serão, no total, até quatro chamadas para as sessões de surfe válidas para competição. O evento terá cobertura no Instagram no perfil @itacoatiarabigwave e também no portal Waves (www.waves.com.br). Surfistas da elite do surfe de ondas grandes estão disputando a premiação de R$ 100 mil, em janela que vai até 31 de agosto.

As imagens da atleta Michaela Fregonese descendo na onda ainda serão avaliadas, mas, ao que tudo indica, ela conseguiu nesta primeira bateria descer a maior onda já surfada por uma atleta feminina em Itacoatiara.

"Encaramos ondas de cerca de 15 a 20 pés de parede, o equivalente de seis a oito metros. Cheguei a passar mal e a pensar em desistir, mas resisti. Hoje foi o mar mais extremo que já surfei na vida", afirmou a surfista veterana.