Habeas corpus de cirurgião plástico é negado pela Justiça

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O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro negou ontem (22) um habeas corpus pedido pela defesa do cirurgião plástico equatoriano Bolívar Guerrero Silva. O profissional está preso desde segunda-feira (18), acusado de manter uma paciente em cárcere privado, como forma de ocultar seu estado de saúde após procedimentos estéticos no abdômen e nas mamas.

O pedido de habeas corpus foi apresentado mais cedo e distribuído no plantão judiciário para o desembargador Luiz Felipe Francisco. "Não há, no caso concreto, situação que justifique o afastamento da apreciação do pedido de liberdade provisória pelo Juiz natural da causa", escreveu .

O magistrado avaliou que não há nenhuma ilegalidade na prisão do médico. Também considerou devidamente fundamentada a prorrogação da prisão temporária, determinada ontem (21) pela juíza Priscilla Macuco Ferreira, que está à frente do caso. Segundo ela, a Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) precisa de mais tempo para concluir o inquérito. Priscilla também pontuou que Bolívar tentou atrapalhar as investigações, dificultando acesso ao prontuário da paciente. A Agência Brasil não conseguiu contato com a defesa do cirurgião plástico.

Segundo a acusação, Daiana Chaves Cavalcanti se internou no início de junho para a realização das cirurgias no Hospital Santa Branca, em Duque de Caxias, unidade na qual Bolívar trabalha. Após os procedimentos, a paciente de 35 anos apresentou sequelas no abdômen e vinha pedindo a transferência por entender que corria risco de morte, com feridas abertas. O médico negou todos os pedidos.

Daiana recorreu à Justiça e foi finalmente transferida na quinta-feira (21) para o Hospital Federal de Bonsucesso (HFB). Para custear a transferência e o tratamento da paciente, foi determinado o bloqueio de R$ 198 mil das contas do Hospital Santa Branca e do médico.

Essa é a segunda vez que Bolívar é preso. A primeira ocorreu em 2010, quando ele foi investigado por uso de substâncias não autorizadas durante os procedimentos estéticos. Desde que o caso de Daiana se tornou público, pelo menos outras 11 mulheres foram à polícia para apresentar queixas contra o médico equatoriano.