Maricá tem semana em homenagem ao Dia Internacional da Mulher Negra

Evento contará com a marcação de exames ginecológicos e teste de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) - Foto: Divulgação

Maricá
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A Prefeitura de Maricá, através da Secretaria de Participação Popular, Direitos Humanos e da Mulher, das Coordenadorias de Políticas Públicas para Mulheres e Políticas Públicas para Igualdade Racial, promove de 26 a 29 de julho diversas atividades em homenagem ao Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha. O evento contará com a marcação de exames ginecológicos, teste de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), até assistência jurídica com a OAB de Maricá e participação da Secretaria de Assistência Social junto a Casa da Mulher. A homenagem também está sendo realizada nas redes sociais da Prefeitura com post em feed e nos stories, além de outdoor e minidoor espalhados pelo município.

De acordo com a coordenadora de Políticas Públicas para Igualdade Racial, Valesca Souza, o Dia da Mulher Negra, Latino Americana e Caribenha é o momento para falar sobre negritude e quebrar certos estereótipos, ressaltando o papel dessas mulheres em todos os setores da sociedade.

“É de extrema necessidade fazer com que as pessoas tenham a sensibilidade para olhar os problemas e especificidades das mulheres negras nas quais ainda têm sua jornada de trabalho abusiva, com salários inferiores aos das outras mulheres e a falta de reconhecimento em quase todas as áreas profissionais. Vale ressaltar ainda que em tempos de pandemia, as mulheres pretas são as que mais sofrem violência doméstica, onde os agressores são os seus parceiros, aqueles que deveriam protegê-las com todas as forças. Combater todos esses problemas é nosso desafio diário, apesar dos pequenos avanços ainda temos muita estrada a percorrer”, explicou à coordenadora.

Para a enfermeira, Helena Aragão, 32 anos, coordenadora da Maternidade do Hospital Municipal Conde Modesto Leal, ser mulher e negra é existir e resistir em nossa sociedade.

“Sou moradora de Maricá desde os meus cinco anos, filha de pais professores e bolsistas do Prouni. Para conseguir cursar a faculdade eu tive que utilizar as políticas sociais, o ônibus gratuito. Depois que me formei comecei a trabalhar em vários hospitais e percebi que nós mulheres e negras precisamos sempre nos reafirmar, sempre temos esforço dobrado para conquistar e chegar a um determinado lugar”, disse.

Com a mesma opinião que a enfermeira, a assistente social, Sely Cristina da Silva, menciona que a grande dificuldade da mulher negra é a inclusão no mercado de trabalho. “Nos capacitamos e mesmo assim percebemos a dificuldade de inclusão no mercado, a discriminação ainda é muito grande, o preconceito com o cabelo ainda é bem visível”, afirmou Sely.

A advogada e presidente da comissão de Igualdade Racial e Verdade da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) subseção de Maricá, Márcia Braz, destacou que a mulher negra ainda é invisível para a sociedade, está na base da pirâmide, e ainda assim é chefe de família, e em muitos casos a única provedora. Além disso, ela ocupa os primeiros lugares do ranking da violência, seja física, moral ou fatal (feminicídio).

Márcia Braz lembrou que apesar das cotas raciais para concursos, universidades as mulheres, em especial as negras estão longe de ocuparem cargos de poder.

“Precisamos avançar ainda mais, inclusive no combate à violência. Que implica na conscientização no atendimento na saúde e no combate a masculinidade tóxica, que deve ser trabalhada dentro das escolas desde o ensino fundamental, para mudarmos essa mentalidade de normalização da violência contra mulheres”, concluiu.

Merendeira do Centro Educacional Joana Benedicta Rangel, Cristiane Machado, mãe solteira de três filhas, orgulha-se de poder dar uma boa educação para as filhas. “Sou muito grata por ser moradora de Maricá, poder oferecer uma boa educação, uma cidade que temos igualdade e que não julga pela cor de pele”, conclui.

História da data:

O Dia Internacional da Mulher Negra Latina-Americana e Caribenha nasceu em 1992 através de um encontro de mulheres negras em Santo Domingos, na República Dominicana. O encontro resultou na definição da data e criação de uma rede para pressionar a Organização das Nações Unidas (ONU) a assumir a luta contra as opressões de raça e gênero.

Confira a programação completa:

26/07 – 10h às 16h - Residencial Carlos Marighella (condomínio do Minha Casa Minha Vida de Itaipuaçu)

27/07 – 10h às 16h - Residencial Carlos Alberto Soares de Freitas (condomínio do programa 'Minha Casa, Minha Vida' em Inoã)

28/07 – 10h às 16h - Escola Municipal Amanda Peña no bairro Bananal

29/07 – 10h às 16h - Praça Conselheiro Macedo Soares (Praça do Turismo) – Centro de Maricá