Flordelis tem nova audiência sobre morte do pastor Anderson

Deputada federal continua alegando inocência - Foto: Reprodução/Globo News

Niterói
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A deputada federal Flordelis (PSD-RJ) está presente, nesta sexta-feira (27), no Fórum de Niterói, em audiência sobre a morte do pastor Anderson do Carmo, marido da parlamentar.

Flordelis é ré, apontada pela Polícia Civil e Ministério Público como mandante do crime. Outras 7 pessoas, entre filhos e netos da parlamentar, e duas que não são da família, também respondem pelo crime.

O processo corre na 3ª Vara Criminal de Niterói. A deputada chegou ao Fórum por volta de 9h e, novamente, alegou ser inocente.

Todos os réus no crime, exceto a deputada, estão presos preventivamente. Ela possui imunidade parlamentar mas utiliza tornozeleira eletrônica para monitoramento, após decisão judicial.

Cronologia

Na madrugada de 16 de junho de 2019, o pastor Anderson do Carmo foi morto a tiros no espaço entre o closet e a garagem da casa onde vivia com Flordelis e seus 55 filhos, no Badu, Região de Pendotiba, em Niterói, após retornar de uma confraternização, em que esteve junto com a esposa. Inicialmente, a parlamentar sustentou a versão de um assalto.

No entanto, logo a versão de latrocínio caiu por terra. No dia 20, durante o funeral de Anderson, Flávio foi preso, inicialmente por ter um mandado em aberto por um caso de violência doméstica. Um dia antes, Lucas Cézar dos Santos de Souza, filho adotivo do casal, também havia sido preso.

Os irmãos foram indiciados pelo crime de homicídio qualificado ao final da primeira fase do inquérito, que foi desmembrado em dois. A primeira ação referente à segunda fase foi a reconstituição do crime, feita no dia 21 de setembro.

Flordelis apresentou, em setembro de 2019, uma suposta carta escrita por Lucas, na qual ele assumiria sozinho a autoria do crime, inocentava Flávio e atribuía a mentoria a outro irmão, o vereador de São Gonçalo Misael da Flordelis (MDB). No entanto, meses depois, a investigação encontrou indícios de fraude na correspondência.

As investigações da Polícia Civil comprovaram que a carta foi fraudada. A correspondência foi escrita pela própria Flordelis, e transmitida a Lucas através de Andrea e Marcos. Dessa forma, coube ao filho adotivo da parlamentar copiar seu conteúdo.

Em 22 de janeiro deste ano, o delegado Allan Duarte assumiu as investigações, após a então titular da DH de Niterói, Bárbara Lomba, ser transferida para a 11ª DP (Rocinha).

No dia 24 de agosto de 2019, a Polícia Civil encerra a segunda fase do inquérito, com o indiciamento de Flordelis como mandante do assassinato, além da prisão de outras dez pessoas por participação no crime, tentativa de fraudar provar e atrapalhar o andamento das investigações.

Desde a morte do pastor, sua mãe, Maria Edna do Carmo, e sua irmã, Michele do Carmo, também acabaram morrendo. A primeira foi acometida por um infarto, enquanto a segunda não resistiu à uma leucemia. O aparelho celular do pastor nunca foi encontrado.

No dia 25 de agosto deste ano, a Secretaria de Estado de Polícia Civil (Sepol), por meio da Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí e Maricá (DHNSGI), em ação conjunta com o Ministério Público Estadual (MP-RJ) deflagrou a "Operação Lucas 12", para cumprir nove mandados de prisão e 14 de busca e apreensão contra onze envolvidos na morte do Pastor Anderson do Carmo de Souza, entre eles a deputada Flordelis.