Aluno da rede municipal recebe medalha no Canguru de Matemática

Mesmo durante a pandemia, aluno manteve ritmo de estudo reforçado e se destacou entre estudantes de mais de 80 países - Foto: Berg Silva/Prefeitura de Niterói

Niterói
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Daniel Gomes Macedo, de 14 anos, aluno do 9º ano da Rede Municipal de Educação de Niterói, conquistou a medalha de bronze no Concurso Canguru de Matemática, considerada a maior competição de matemática do mundo. Participaram da competição mais de seis milhões de estudantes de escolas públicas e privadas do 3º ano do Ensino Fundamental ao 3ª ano do Ensino Médio de cerca de 80 países. Daniel é aluno da E. M. Maestro Heitor Villa Lobos, na Ilha da Conceição e também conquistou a medalha de prata na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP) de 2019.

O prefeito de Niterói, Axel Grael, recebeu Daniel e sua mãe, Ângela Gomes, nesta quarta-feira (19). Ressaltou que prêmios como esses estimulam outros alunos a terem resultados cada vez melhores nos estudos.

“Talvez o Daniel nem tenha ideia da repercussão por ganhar um prêmio como esse. É muito bom para ele, para o seu currículo, mas é excelente também para a escola e para toda a equipe da Educação em Niterói. Representa, cada vez mais, o resultado de um processo e não apenas o talento de um aluno”, destacou o prefeito.

O secretário municipal de Educação, Vinicius Wu, reforçou que experiências como essa precisam se tornar referência na educação na cidade.

“Esse resultado revela que temos uma rede com professores altamente qualificados, gerando ensino de qualidade. Valoriza também nosso corpo discente, nossos alunos, que estão se esforçando e buscando superar as dificuldades neste período de pandemia. Experiências assim, com o desempenho do Daniel, precisam se tornar, cada vez mais, uma referência para que a gente consiga avançar ainda mais na qualidade da educação em Niterói”, pontuou.

O adolescente contou como começou a participar das competições escolares.

“Quando entrei na escola em 2018, fui convidado para participar das Olimpíadas, ganhei menções honrosas e depois as colocações de prata e bronze. Fico feliz com o resultado. Sempre gostei de estudar. Matemática eu costumo aprender rápido, preciso dedicar um tempo maior para Ciências e Português, mas me saio bem nas matérias”, relata Daniel.

Educação é prioridade na família de Daniel. A mãe, Ângela Gomes Macedo, combinou com o marido, Waldeci Alves Macedo Júnior, que ela passaria a trabalhar de casa para se dedicar ao cuidado dos filhos. A mais velha, Clara Gomes Macedo, de 23 anos, é estudante de desenho industrial na Universidade Federal Fluminense (UFF). Já o mais novo coleciona bons resultados nas Olimpíadas e é destaque como músico no Programa Aprendiz Musical. Daniel iniciou os estudos em escola pública aos 4 anos na cidade do Rio - onde a família morava -, e entrou para a rede de Niterói aos 10, no 4º ano da E.M. Júlia Cortines. Dois anos depois, foi para a Villa-Lobos, onde já está há quatro anos.

“Ele nunca teve dificuldade na escola, sempre foi um bom aluno e nós priorizamos a educação dos nossos filhos. Ficamos muito felizes com o resultado, mas também entendemos que é uma consequência do que estamos plantando. Cada um, dentro de suas aptidões, com uma família que apoia e com professores que incentivam, pode conseguir também bons resultados”, avaliou a mãe, completando que a equipe da escola é muito competente no trabalho pedagógico desenvolvido.

O aluno integra um grupo de estudos para discussões sobre questões olímpicas da E.M. Maestro Heitor Villa-Lobos. O grupo foi criado há quatro anos, pelo professor e mestre em Matemática pela UFF, Francisco de Assis de Albuquerque, conhecido como Chiquinho. Ele é ex-aluno da unidade e conta que foi na Villa-Lobos que descobriu o seu amor pela disciplina. Durante a paralisação das atividades nas escolas, o professor continuou o treinamento com os alunos de maneira on-line. Ele contou que o grupo foi criado com o objetivo de preparar os alunos para os concursos e olimpíadas, pois é preciso conhecer o estilo de cobrança e questões típicas das provas.

“Durante toda a minha trajetória como professor, sempre incentivei meus alunos a conquistarem seu espaço. O professor precisa entender os alunos que se identificam pelas competições e encorajar a participação, para que eles se sintam desafiados a cada dia melhorar o desempenho. É trabalhoso, mas temos que fazer o aluno acreditar que pode dar conta. Além disso, é uma prova que acontece no mundo todo e, por isso, nos dá a percepção de como está o nosso aluno em relação aos demais participantes”, afirmou o professor, que está na Rede Municipal de Educação desde 2007.

Daniel participou das três últimas provas da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP). Nas duas primeiras, recebeu menção honrosa e, na última, em 2019, conquistou a medalha de Prata. Na Canguru de Matemática, ano passado, recebeu menção honrosa e esse ano a medalha de Bronze. O bom resultado chegou após um ano estudando em meio à pandemia.

“Foi um ano diferente. Percebi que fiquei um pouco desinteressado e até perdi um pouco o ritmo, mas consegui pegar bem as matérias. Hoje já estamos tendo aula on-line todos os dias. Além disso, faço inglês e treino Viola Clássica, instrumento que aprendi a tocar no Programa Aprendiz Musical. Penso em seguir a carreira musical. Todos os dias eu treino, tiro um tempo para tocar e estudar música”, acrescentou.

O grupo, agora, vai começar a se preparar para a próxima edição da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP), que será realizada entre junho e agosto.