Emater-Rio expande a cafeicultura de grãos especiais

Com forte trocas de vivências, os técnicos extensionistas promovem eventos e capacitações sazonais para a extensão rural continuada - Foto: EmaterRj

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No plano estratégico de aumentar a qualidade e sustentabilidade da cafeicultura fluminense, a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Rio de Janeiro (Emater-Rio) promoveu um profundo intercâmbio de experiências entre técnicos e produtores em Itaperuna, Noroeste do estado, no Dia de Campo. Reunindo mais de 220 presentes, o evento enfocou especialmente no grão de café conilon como alternativa aos produtores rurais e à cadeia agrícola de abastecimento.

O encontro compôs programação com a visita técnica a agricultores do Espírito Santo, na primeira colheita do grão arábica na safra deste ano. Representantes da instituição estiveram em Dores do Rio Preto, Sul do estado capixaba, no objetivo de coletar e compartilhar vivências técnicas e boas práticas de manejo agroecológico dos cafés especiais e gourmet.

Dessa forma, o Dia de Campo também serviu como um relato de cafeicultores bem sucedidos em outros territórios, apontando lições valiosas no manejo. O supervisor técnico da região Noroeste da Emater-Rio, Matias Rocha, frisou a troca de experiências como um fator-chave no desenvolvimento da cultura do plantio.

“É uma região que é mais avançada em determinados pontos da cadeia produtiva, na região de Caparaó; o que reflete na qualidade do plantio. Eles ganham concursos com frequência, várias vezes com o título de melhor café do Brasil, então é muito oportuno por estar próximo com a nossa divisa e podermos estreitar a comunicação entre os técnicos para compartilhar tecnologias de manejo”, explicou.

A relação com as entidades de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) reforça o crescimento do café no estado, que em 2021 teve faturamento bruto de R$ 151 milhões, com variação positiva de 14% em relação a 2020. O Dia de Campo da Emater-Rio é um dos eventos sazonais no portfólio dos extensionistas para conectar conhecimentos e ofertar orientações e atendimentos aos agricultores.

Nesse sentido, o encontro viabiliza o encontro de produtores de arábica de outras regiões do estado com produtores do conilon, que estão no início de implementação da cultura agrícola. “Promovemos o Dia de Campo para disseminar as práticas e despertar o interesse no grão do conilon, pois a parte baixa do Noroeste é favorável no clima e possui aptidão para o plantio. Muitos produtores mostraram interesse e cada vez mais demandas vêm surgindo”, indicou o gerente estadual de cafeicultura Gustavo Polido.

Estímulos ao mercado institucional

Algumas das palestras ministradas envolveram instruções técnicas como irrigação e fertirrigação, custos de produção e pós-colheita do café conilon. Na esteira estratégica de difundir a cultura a outros municípios, concursos e competições são um fator de robustez à cadeia produtiva. “São competições sadias com todos os parceiros na produção, estimula a melhoria da qualidade; faz com que o produtor expanda a visão e aprimore as lavouras”, completou Polido.

Deste modo, um produto de melhor qualidade consegue agregar valor para atrair mais clientes e turistas, fortalecendo as comunidades e o turismo rural dos cafés especiais. O município de Porciúncula, por exemplo, está com um concurso de fotos de cafés especiais para aumentar a visibilidade da produção regional. No dia do aniversário da cidade, em 21 de agosto, está marcado uma exposição com as melhores 30 fotos dos plantios.

O supervisor local do escritório da Emater-Rio em Porciúncula, Flávio de Souza, destacou que a ideia é aproveitar a divulgação já feita pelos produtores nas redes sociais para enriquecer a cadeia com um banco de imagens. “As fotos serão avaliadas por uma comissão julgadora composta por jornalistas e profissionais da Prefeitura Municipal e da Emater-Rio. O voto popular vai eleger as três melhores imagens”, contou.

As atividades engajam a interação e presença de todos nas comunidades rurais, pois a cafeicultura, reforçou Souza, envolve primeiramente a família, estimulando as habilidades dos mais jovens e desenvolvendo os eixos dos negócios agrícolas. Para a inscrição do concurso o e-mail [email protected] está disponível. Mais informações pelo número (22) 3842-1081.

Escoamento e rentabilidade da produção

Outra estratégia para a cafeicultura fluminense é o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), que além de escoar os produtos e gerar lucro aos produtores, amplia a qualidade nutricional e a segurança alimentar a crianças e adolescentes. Neste ano, o café foi um dos sete itens inclusos na cesta de alimentos da agricultura familiar para a merenda das escolas municipais e estaduais. Até maio deste ano, a Emater-Rio angariou às famílias produtoras mais de R$ 2,2 milhões nas chamadas públicas para a compra das cestas.

O PNAE determina que ao menos 30% dos recursos passados pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) sejam para a aquisição de alimentos da agricultura familiar, complementando a renda com prefeituras municipais e governos estaduais. A Emater-Rio facilita a inscrição de produtores para o programa e capacita os municípios desde 2009 para o escoamento de produtos agrícolas e o abastecimento alimentício