Campanha arrecada brinquedos para filhos de policiais mortos

No "Natal Azul", o voluntário escolhe uma criança para apadrinhar. Nenhum dinheiro é arrecadado - Foto: Divulgação

Rio de Janeiro
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Mais de 18 mil policiais militares foram baleados entre 1994 e 2017 no Estado do Rio de Janeiro. Destes, 3.397 não resistiram. O número representa quase 150 policiais mortos por ano. Esses homens deixaram cerca de 5 mil órfãos - considerando apenas os menores de idade. Se contarmos os maiores de idade que perderam seus pais policiais, este número dobra.

Notando que todo final de ano são realizadas diversas campanhas para asilos e orfanatos, a jornalista Roberta Trindade - que há 20 anos acompanha o cotidiano e os bastidores da Segurança Pública e desde 2009 contabiliza os policiais mortos e baleados no Rio - resolveu lembrar dessas crianças que costumam ser esquecidas, inclusive pelo Estado.

Com auxílio de dezenas de voluntários ela realiza o Natal Azul todo mês de dezembro. O evento é voltado para órfãos de policiais. Nenhum dinheiro é arrecadado. Cada criança conta três opções de presentes que gostariam de ganhar e os voluntários escolhem qual vão apadrinhar, comprando um dos brinquedos e também uma peça de roupa. Os itens são recolhidos pela jornalista e posteriormente entregue por um Papai Noel.

"É uma forma de demonstrar nossa gratidão a quem abriu mão da família e da própria vida, cuidando dos filhos que eles deixaram pela escolha em garantir nosso direito de sair e voltar para casa. As crianças acabam conhecendo outras na mesma situação que elas e percebendo que não estão sozinhas. As viúvas também encontram mulheres que passaram ou estão passando pela mesma perda e acabam fazendo amizade e criando uma grande rede de apoio", conta a jornalista.

Quem quiser ajudar, pode entrar em contato através do WhatsApp (21) 96430-0887 ou das redes sociais:
http://www.facebook.com/natalazul.basta/
http://www.instagram.com/projetobasta_robertatrindade