Preso devido à show na Maré em plena pandemia, Belo pede desculpas

Belo foi preso acusado de se apresentar em um colégio público do Complexo da Maré, no Rio, sem autorização da Seeduc - Foto: Reprodução do Instagram

Rio de Janeiro
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O cantor Belo foi preso nesta quarta-feira pela Polícia Civil, em cumprimento a mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão. O artista é acusado de realizar um evento musical em uma escola pública na comunidade Parque União, no Complexo da Maré, Zona Norte do Rio, em plena pandemia.

No Instagram, o cantor se defendeu e pediu desculpas por participar do evento em plena pandemia da covid-19. "Ciente da gravidade da crise sanitária, Belo pede desculpas por ter se apresentado em uma aglomeração. O cantor retomou há pouco uma agenda parcial de shows, com compromissos ainda insuficientes para reverter o prejuízo dos meses em que esteve impedido de trabalhar", escreveu sua assessoria, garantindo que entregaram às autoridades toda a documentação da contratação do polêmico show.

"O show foi legalmente contratado pela produtora Série Gold, conforme comprovam notas fiscais e outros documentos já entregues às autoridades. Completa o estado de choque do cantor o fato de que o evento de sábado não foi o primeiro e nem será o último em que aglomerações fugiram do controle dos organizadores. A equipe de Belo também se pergunta se a situação seria a mesma caso o show ocorresse em bairros da Zona Sul e com artistas de gêneros musicais menos negligenciados do que o pagode", completou.

Segundo informações da Polícia Civil, o evento começou na noite da última sexta-feira e durou até a manhã seguinte, em uma escola pública estadual, sem autorização da Secretaria de Estado de Educação (Seeduc). No local houve grande aglomeração de pessoas e risco de propagação e contaminação da covid-19.

De acordo com a Delegacia de Combate às Drogas (DCOD), o evento teria acontecido com autorização dos traficantes que atuam na comunidade. "Verifica-se que o cenário desenhado é um dos mais absurdos possíveis, na medida em que o 'evento contagioso' não foi autorizado pelo Estado, mas pelo chefe criminoso local, que também teve a sua prisão preventiva decretada", disse o delegado Gustavo de Mello de Castro.

Além das prisões, a Justiça também decretou a suspensão das atividades da sociedade empresária e bloqueio das contas bancárias dos investigados até que se apure os prejuízos causados pela conduta criminosa.

Em 2002, o cantor foi condenado a seis anos de prisão, acusado de associação para o tráfico, ficando um mês na cadeia. Mas em 2004, a Justiça aumentou a pena para oito anos, e Belo ficou novamente preso, desta vez pelo período de três anos e oito meses.