Audiência de custódia de anestesista preso por estupro ocorre hoje

A audiência de custódia do homem acontece nesta terça-feira (12) - Foto: Divulgação

Rio de Janeiro
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Está marcada para a tarde desta terça-feira (12) a audiência de custódia de Giovanni Quintella Bezerra, o anestesista preso por estuprar uma grávida durante a cesariana. Na sessão, a Justiça decide se mantém o médico preso — convertendo, por exemplo, o flagrante em prisão preventiva.

A audiência será realizada no período das 13h às 18h, segundo o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. No início da tarde desta segunda (11), Giovanni foi transferido para o presídio de Benfica, na Zona Norte do Rio.

Em um vídeo, Giovanni aparece demonstrando surpresa ao receber voz de prisão da delegada Bárbara Lomba e ao tomar conhecimento de que tinha sido gravado abusando da paciente. A polícia agora vai tentar descobrir outras possíveis vítimas do anestesista.

A Fundação Saúde do Estado do Rio de Janeiro e a Secretaria de Estado de Saúde, a que o Hospital da Mulher de Vilar dos Teles, em São João de Meriti, está subordinado, repudiaram em nota a conduta do médico anestesista.

“Informamos que será aberta uma sindicância interna para tomar as medidas administrativas, além de notificação ao Cremerj. A equipe do Hospital da Mulher Heloneida Studart está prestando todo apoio à vítima e à sua família”, afirmaram.

Enfermeiras e técnicas do Hospital da Mulher gravaram Giovanni abusando de sua paciente na madrugada desta segunda-feira. O vídeo serviu de prova para a prisão em flagrante. 

As funcionárias vinham desconfiando do comportamento do anestesista e estranhavam, por exemplo, a quantidade de sedativo aplicado nas grávidas.

As enfermeiras e técnicas responsáveis pelo flagrante contaram que, no domingo (10), o médico já tinha participado de outras duas cirurgias em salas onde a gravação escondida era inviável. Na terceira operação do dia, elas conseguiram, de última hora, trocar a sala, esconder o telefone e confirmar o flagrante.

No vídeo do flagrante, a paciente está deitada na maca, inconsciente. Do lado esquerdo do lençol, a equipe cirúrgica do hospital começa a cesariana. Enquanto isso, do lado direito do lençol, a menos de um metro de distância dos colegas, Giovanni abre o zíper da calça, puxa o pênis para fora e o introduz na boca da grávida.

A violência dura 10 minutos. Enquanto abusa da gestante, o anestesista tenta se movimentar pouco para que ninguém na sala perceba. Quando termina, pega um lenço de papel e limpa a vítima para esconder os vestígios do crime.

Vítimas serão ouvidas

Pelo menos três novas vítimas do médico anestesista que estuprou uma mulher durante o parto são ouvidas pela polícia na manhã desta terça-feira (12). São esperados também, depoimentos de funcionários da unidade hoje na delegacia.

Na última segunda-feira (11), uma jovem de 23 anos também procurou a delegacia depois de ficar sabendo sobre o caso. A mulher acredita que foi vítima do mesmo anestesista durante o parto de gêmeos na última quarta-feira (6). Um dos bebês não resistiu ao procedimento e o outro está internado em estado grave.

"Sentimento de indignação. Não só de tudo que ele fez comigo, mas de não poder ter segurado meu filho, do meu esposo não ter podido acompanhar meu parto. Ele me privou de ver meu filho vivo antes dele falecer. Pra mim, é muito revoltante", afirmou a jovem.

Familiares da jovem relataram que a mulher chegou da cesariana com o rosto sujo. As cirurgias com a participação do anestesista tinham as mesmas características. Além da alta dosagem da anestesia, as mulheres em trabalho de parto não costumavam ser acompanhadas e, quando havia um acompanhante, ele era retirado da sala de cirurgia no meio do procedimento.

"O primeiro parto foi normal e o médico falou que o segundo seria cesariana. Eu não entrei no começo, entrei na metade da cesariana e fiquei por volta de 2 minutos só. Aí, pediram pra eu sair. Ele (Giovanni) falou que eu podia sair. Eu não entendia o procedimento que estava acontecendo e o médico estava com dificuldade para achar a criança na barriga", relatou o pai dos gêmeos.

A audiência de custódia de Giovanni Quintella Bezerra acontece na tarde desta terça-feira (12). Os advogados que iriam representar o médico também deixaram o caso e declararam não ter interesse em representar Giovanni.

O anestesista foi filmado forçando sexo oral em uma paciente dopada durante uma cesariana na madrugada da última segunda-feira (11). Funcionárias do hospital decidiram filmar o procedimento por desconfiar do comportamento do médico em outros partos. A gaze recolhida no lixo pela equipe de enfermeiras foi enviada para a perícia.