Microempreendedores têm a maior taxa de mortalidade no Brasil

Pesquisa do Sebrae aponta que, no Rio de Janeiro, após abertura dos pequenos negócios 10% das empresas fecham após um ano  - Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Rio de Janeiro
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Dentre os pequenos negócios, os microempreendedores individuais têm a maior taxa de mortalidade, 29% fecham após cinco anos de atividade. As empresas de pequeno porte têm a menor taxa de mortalidade com 17% após cinco anos de atividade e as microempresas com 21,6% têm a taxa de mortalidade intermediária. A maior taxa de mortalidade é verificada no comércio (30,2%) e a menor na indústria extrativa (14,3%). É o que aponta levantamento do Sebrae, focado nas empresas do Brasil.

“O levantamento foi feito com mais de três mil empresas do país porque queríamos entender como a pandemia afetou os pequenos negócios. Para entender as características do fechamento das empresas, alguns pontos foram destacados. Nesse caso, empreendedores que tinham menor conhecimento ou experiência anterior no ramo, que tinham menos iniciativa em aperfeiçoar o negócio e fizeram menos esforços de capacitação, foram os que não conseguiram manter as portas abertas. A análise também apontou que muitos desses empresários iniciaram o negócio por necessidade, ou seja, estavam desempregados e abriram seu próprio negócio. Em 2020, metade das empresas que fecharam consideraram que a pandemia foi determinante para o fechamento dos negócios”, destaca Marcelo Pereira, Gerente da Unidade de Gestão Estratégica do Sebrae Rio.

A pesquisa apontou que 17% dos empreendedores não fizeram nenhum planejamento, 59% fizeram no máximo até seis meses, 37% entre seis meses e dois anos e 11% planejaram por mais de dois anos. Esses empresários levantaram informações como número de clientes e hábitos de consumo (56%), fornecedores (66%), localização (66%), empresas concorrentes (67%), aspectos legais do negócio (69%) e valor do investimento (71%).

Rio de Janeiro

No Rio de Janeiro, após abertura dos pequenos negócios 10% das empresas fecham após um ano, 15% em dois anos, 19% em três anos, 22% em quatro anos e 23% em cinco anos.

“A maioria das empresas identificou o seu público-alvo e atribuiu as principais tarefas aos responsáveis, mas deixaram outros pontos determinantes fora do seu planejamento. Muitos empreendedores deixaram de realizar estratégias, como elaborar um plano de negócios e planejamento da empresa, na ausência do empreendedor”, comenta Marcelo.

Empresas que continuam em atividade e conseguiram sobreviver no período

Um dos pontos abordados no levantamento reforçou que 37% das empresas que permanecem em atividade identificaram uma oportunidade no mercado, 26% queriam abrir o próprio negócio, 16% por exigência de clientes e fornecedores, 10% para aumentar renda e 8% estavam desempregados.

Na “gestão do negócio” as empresas que continuam no mercado após cinco anos, se mostraram mais ativas em aperfeiçoar sistematicamente seus produtos e serviços às necessidades dos clientes e em estar sempre atualizado com respeito às novas tecnologias do seu setor. Essas empresas também inovaram continuamente seus processos/procedimentos de trabalho, e seguem ativas na procura de fornecedores com maior qualidade ou preços mais acessíveis, fazem o cálculo detalhado dos custos de cada produto (ou serviço) e realizam um acompanhamento rigoroso da evolução das receitas.

 

10 motivos mais citados para o fechamento da empresa

 

Pandemia/Covid-19 - 41%

Faltou dinheiro/financiamento - 22%

Falta de clientes - 20%

Conseguiu opção melhor - 13%

Problemas pessoais - 11%

Burocracia - 8%

Dificuldade contratar mão de obra - 7%

Custos/impostos/taxas/aluguel - 7%

Localização ruim - 6%

Faltou mercado - 6%

 

Principais auxílios que poderiam ser úteis para evitar o fechamento

Crédito mais facilitado - 34%

Mais clientes - 25%

Menos encargos e impostos - 21%