EDUCAÇÃO E LUSOFONIA

António Montenegro Fiúza - Foto: Divulgação

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Pela Lusofonia, de tradição maioritariamente cristã, comemora-se o Natal de diferentes formas, mas todas imbuídas do mesmo espírito: amor genuíno, esperança e generosidade. A rica gastronomia portuguesa, de tradição conventual, manda que se sirva um bacalhau à ceia, e para sobremesa, o famoso Bolo - Rei, recheado de frutos secos e cristalizados, broas castelares, filhoses, sonhos e rabanadas. À volta da lareira e no aconchego do lar, Portugal é o único país da Lusofonia com frio, nesta altura do ano, um Inverno mais ou menos rigoroso, com chuva e neve.

O mosaico étnico da Guiné - Bissau, onde coabitam as religiões tradicionais africanas , o islamismo e o cristianismo, as comemorações decorrem num clima de amenidade e amizade, tornando-se mais uma oportunidade para reunir os amigos. E, na cozinha, preparam-se o bacalhau e o grão-de-bico, batatas e couves cozidas - nas mesas mais abastadas, ou a barracuda seca e salgada, a galinha-da-terra ou o leitão.

Em São Tomé e Príncipe, a ceia melhorada é composta por iguarias típicas destas ilhas: calulu, lussua, quizacá, búzio com banana ou fruta-pão, sonhos e bolos, vinho de palma e sumos. Manda a tradição que os bairros concorram entre si, para a construção de pequena igrejas, Fiá gleza.

Ouvem-se músicas de Natal, por todas as ruas; voltam os emigrantes, para passar a época com a família e comer o bacalhau ou o cabrito assado, na sua terra: é assim o Natal em Cabo Verde. Cozinha-se o xerém e a chanfana, djagacida e tchacina, os quais são comidos com filhoses de banana e pastéis de milho, acompanhados por um ponche de mel ou grogue, uma particularidade diferente em cada ilha, mas a mesma alegria em todos os lábios.

Em Angola, bebe-se o tradicional Kissângua, feito com base de milho ou frutas ou Maruva, feita da seiva da palmeira; e antes da missa da meia-noite, come-se o bacalhau, com batatas, ovos, uvas, passas e amêndoas.

E no leste africano, em Moçambique, o Natal é conhecido como o dia da Família, onde a tradição também manda que se reúna à volta de uma mesa farta, com frango e cerveja, pão-de-ló e cajú.

Em Timor, por todas as ruas, Dezembro é anunciado pelo soar das bombinhas de Natal, pequenos estouros ou fogos-de-artifício mais elaborados. No dia de Natal, comem-se pratos guarnecidos com vegetais: ketupa, sagu ou kué rambu.

No Brasil, em pleno Verão do Hemisfério Sul, comemora-se o Natal em família, com o perú assado, como prato principal, mas não podem faltar os frutos secos, nozes, castanhas e o panetone; música alegre e ritmos tropicais, presentes e muitas surpresas.

Então é Natal, entre os milhões de falantes da Língua Portuguesa, separados por oceanos e mares, quilómetros de fusos horários; seres humanos unidos pelos laços de língua e num uníssono de amor.