EDUCAÇÃO E LUSOFONIA

António Montenegro Fiúza - Foto: Divulgação

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O primeiro dia do ano trouxe consigo um profundo pesar," silenciando" a inconfundível e profunda voz de Carlos do Carmo, a voz de Portugal. De timbre grave e afável ecoa, ainda, nos ouvidos de todos aqueles que falam a Língua Portuguesa, a serena e penetrante voz do fadista.

Carlos do Carmo nasceu nos idos anos 30 e marcou gerações e gerações de lusófonos, tendo atuado em muitos dos países da Lusofonia e entre as comunidades emigradas de vários desses;

Esgotaríamos o espaço desta crónica, ao falar das suas variadíssimas condecorações: o grau de Comendador da Ordem do Infante D. Henrique ou o de Grande-Oficial da Ordem do Mérito; o prémio Prestígio, pela Casa da Imprensa, o Globo de Ouro de Excelência e Mérito e o de Ouro de Melhor Disco do Ano em 2002, o Prémio Goya em Espanha e o Grammy Latino, em 2014.

Autor de 29 singles e EPs, 21 álbuns gravados em estúdio e 10 outros, ao vivo, e 12 antologias; deu voz a bandas sonoras de filmes, minisséries e novelas; fez várias colaborações com artistas de diferentes esferas e estilos musicais, desde fadistas a rappers, músicos de jazz e rock; e encontra-se entre os recordistas de venda de Portugal, com mais de 5 milhões de cópias vendidas.

Desafiou a forma tradicional de cantar o fado e foi um dos mentores e embaixador do projeto de candidatura do Fado como Património Imaterial da Humanidade, no qual investiu seis anos e meio de árduo trabalho. Fundador da Associação Portuguesa dos Amigos do Fado e mentor da criação do Museu do Fado, em Lisboa.

Cantar era para ele um ato de sonho, e com Carlos do Carmo, o fado deixou de ser apenas o canto sorumbático de saudade, ganhando contornos de suavidade e alegria, de energia e força.

A "Pedra Filosofal" de António Gedeão, "Lisboa Menina e Moça", "Por Morrer uma Andorinha", "Loucos de Lisboa", "Uma Flor de Verde Pinho" são canções eternamente imortalizadas, por essa voz de prata.