EDUCAÇÃO E LUSOFONIA

Por António Montenegro Fiúza - Foto: Divulgação

Artigos
Tpografia
  • Mínimo Pequeno Médio Grande Gigante
  • Fonte Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

Cantar a africanidade e a identidade cultural de Moçambique; esculpir em traços generosos, a beleza e a robustez das suas mulheres, no seu afã diária ou nos momentos de calmaria e tranquilidade; pintar, com tons quentes, provocativos e afincados, os poemas de outros grandes nomes; enfim, expressar-se, manifestar o seu povo e as suas raízes, uma identidade antiga, mas simultaneamente, nova e renovada… não sei se o proclamou, em alto e em bom som, como missão de vida, mas foi essa a jornada que Malangatana percorreu, o caminho que trilhou, o percurso que desbravou para que outros, depois dele, o pudessem, também, andar e voar.

Malangatana Valente Ngwenya nasceu em Matalana - Moçambique, no ano bissexto de 1936; dono de uma capacidade inata para as artes, nas suas diferentes formas de expressão: desde a dança, música, poesia, teatro, tapeçaria, cerâmica e escultura. Artista completo e multitalentoso, para além das obras primorosas, das mãos dele, também surgiram os Centros Culturais e o Museu Nacional de Arte em Maputo e o Movimento Moçambicano para a Paz e o seu legado preserva-se
através da Fundação Malangatana.

Falecido há 10 anos, Malangatana recebeu a distinção de Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique, galardoado pela UNESCO, recebeu a Medalha Nachingwea e, até hoje, é relembrado pelo trabalho feito, pela paz e pela nação
moçambicana.