Ato contra a cultura do estupro

Ato na Praça do Turismo, no Centro de Maricá, reuniu movimentos sociais para pedir justiça em caso de influenciadora - Foto: Divulgação

Panorama RJ
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Por justiça para Mariana Ferrer e pelo fim da cultura do estupro, mulheres maricaenses tomaram a Praça Conselheiro Macedo Soares, a famosa Praça do Turismo, no Centro da cidade, neste fim de semana. O caso da influenciadora digital chocou o País ao longo da semana. Vítima, ela viu seu agressor ser absolvido, em setembro, e eximido de culpa. Mas, um vídeo divulgado na última terça-feira (3) deixou grande parte da população perplexa. Mari implorou para que não houvesse impunidade.

Representante do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher (Cedim), Taisse Costa também aponta que "Mariana foi vítima duas vezes". Ela destaca que "o agressor foi inocentado sob o argumento de que ele não tinha certeza de que Mariana estava completamente fora de si".

"Isso abriu um precedente judicial. Não podemos admitir que o sistema judiciário seja conivente com esse tipo de prática", enfatizou Taisse.

Batizado de "Justiça Para Mariana e Todas as Mulheres", o ato deste fim de semana também teve versões em Volta Redonda, Nova Iguaçu, Cabo Frio, Petrópolis, Resende, Rio de Janeiro, Saquarema, Sapucaia, Campos dos Goytacazes, São Gonçalo e Duque Caxias.

"O ato representa uma resposta nas ruas. Não existe estupro culposo. Não existe estupro sem dolo. É triste imaginarmos que o estupro se tornou algo natural na sociedade. A palavra da vítima e sua lucidez é questionada o tempo todo. Não podemos nos silenciar. Precisamos dar uma resposta nas ruas. A sentença judicial do caso da Mariana fere todas nós mulheres! Queremos justiça por Mariana e todas as mulheres! O feminismo nunca matou ninguém, mas o machismo mata e viola nossos direitos todos os dias", disse Renata Redoglia, de 23 anos, vice-presidente da União da Juventude Socialista (UJS) de Maricá.