Intercâmbio comercial Brasil-China

Fausto Pinato, deputado federal - Foto: Divulgação

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POR FAUSTO PINATO

Que a China é a economia em crescimento de maior destaque no mundo, não há dúvidas. Também que a expansão de seus braços comerciais e estratégicos tem chamado a atenção - por vezes com preocupação - dos demais atores globais, não há como negar. A realidade é que a ascensão da República Popular da China já é tida como um fenômeno consolidado, realidade reformuladora do contexto internacional.

A República Federativa do Brasil, por sua vez, nas relações com o seu maior parceiro comercial, tem muito a prosperar. E isso é um argumento de via dupla - certamente que a China tem em muito a progredir com a intensificação de seus laços com a sua contraparte brasileira. E quando digo prosperar, o âmbito comercial é apenas um deles, fomentador de uma agenda mais ampla.

Como deputado federal pelo Estado de São Paulo, portanto membro do Congresso Nacional Brasileiro, presidente da Frente Parlamentar Brasil-China, da Frente Parlamentar BRICS, e da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados, e para além das superficialidades de premissas ideológicas, vejo que não só o incremento das relações Brasil-China será muito benéfico a ambos os envolvidos, bem como que o foco em seu aprimoramento deva ser o trabalho objetivo, prático, nas diversas áreas que envolvam negócios e investimentos bilaterais, tornando legislação e demais regras aplicáveis (de cunho financeiro, fiscal-tributário, societário, contratual, dentre outros) cada vez mais claras, evitando-se, assim, dissabores diversos a todos aqueles que estejam engajados na ampliação da relação e negócios Brasil-China.

Já o disse mais de uma vez: temos problemas internos, e não há por que ficar criando outros, por exemplo, com os chineses, ainda mais agora que o país tanto precisa de parceiros na sua agenda estratégica à retomada do crescimento econômico, sendo ao mesmo tempo um mar de excelentes negócios aos empreendedores e investidores dos dois países. Não há motivos para segregar relações e amizades bilaterais - podemos ser parceiros de peso dos chineses e dos americanos ao mesmo tempo.

Presente na comitiva que visitou a China em junho, pude perceber o quanto é do interesse recíproco a disposição para uma cada vez mais intensa harmonização dos interesses das duas Nações. E em muito tenho a agradecer toda a gentileza despendida pelo governo chinês na recepção, que espero ter podido retribuir em pequena parte na celebração do Dia Nacional da Imigração Chinesa (15 de agosto) em solenidade de assinatura de Termo de Cooperação entre o Instituto Sociocultural Brasil-China (Ibrachina) e a Frente Parlamentar Brasil-China, reafirmando o compromisso de integração das culturas e a inserção da comunidade chinesa no Brasil e demais países lusófonos.

Como é usual na intensificação de relações entre países - e aqui ressalto a área comercial -, a harmonização dos interesses e a obtenção de resultados positivos às duas Nações se fará, por um lado, com o aprofundamento na melhor compreensão por parte dos chineses da complexidade do sistema alienígena - no caso, o brasileiro; por outro, o imperativo esforço por parte do Brasil para aprimorar seu sistema de forma a permitir êxitos de progressivo volume. Por isso a proximidade da comunicação entre os canais mais aptos a tratarem dos temas atinentes a tal agenda é vital. E espero dentro deste complexo contexto poder desempenhar minhas funções e atribuições de maneira a consolidar, aprimorar e multiplicar a muito bem-vinda relação entre o Brasil e a China.