Alta de taxa dos juros deixará empréstimos e financiamentos imobiliários e de veículos mais caros

De acordo com Thacísio A. Rio, a ordem para o fim de ano é economizar - Foto: Divulgação

Economia
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Uma das épocas mais festejadas pelos lojistas, o natal de 2021 corre o risco de ser um pouco mais triste. Isso porque, com o aumento da taxa SELIC, que subiu a 9,25% após novo reajuste do Banco Central na última semana, o crescimento do endividamento no Brasil, exigem muita cautela do consumidor, segundo o especialista em juros abusivos Thacísio A. Rio.

“O brasileiro, de maneira geral, perdeu muito o poder de compra, pressionado pela inflação e pelo alto desemprego. Além disso, está mais endividado, sem orçamento suficiente para manter as condições anteriores de vida e, ao mesmo tempo, honrar as dívidas. O conjunto de todos esses fatores acaba formando um ambiente muito favorável ao surgimento de uma grande quantidade de pessoas com dívidas muito além do razoável. Neste contexto, o ideal para o momento, é economizar”, recomenda Thacísio.

CEO da empresa Rios Assessorias, o especialista também aponta ainda que, além de abater partes das vendas de fim de ano do comércio, o endividamento e a inflação devem também abocanhar o 13º salário. E explica, que com a alta da taxa Selic, surgem várias implicações, como por exemplo os setores de financiamento de veículos, imóveis, empréstimo pessoal e a compra de produtos de maior valor agregado, como eletroeletrônicos, que devem encarecer.

“Vamos fazer uma breve analise quando a taxa sobe, os juros cobrados em financiamentos, empréstimos, e os do cartão de crédito, também sobe, o que tende a desestimular o consumo, principalmente porque o custo de captação dos bancos fica mais caro. Por sua vez, se há menos pessoas consumindo, há um estímulo de queda na inflação. Logo, nota-se que, as Classes “C” a “E”, tendem a se prejudicar mais uma vez, haja vista a necessidade de sempre estarem aderindo empréstimos para suprir as necessidades”, comentou.

Segundo Thacísio a explicação para as elevações estão em especulações como o aumento dos juros futuros, na expectativa de novas elevações da taxa básica de juros frente a uma inflação maior, e também na provável elevação dos índices de inadimplência. Além do anúncio das elevações dos impostos das instituições financeiras da Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido em 2021, que ainda de acordo com Thacísico pode ocorrer por decorrência do fim do pagamento do auxílio emergencial, o desemprego elevado, a maior seletividade dos bancos na concessão de créditos, carência nos empréstimos e elevação da inflação.

Endividamento

O assunto, que vem tirarando o sono das famílias brasileiras, principalmente as mais endividadas, não deve ser resolvido tão cedo, já que a previsão do especialista é que, estas voltarão a conviver com juros de dois dígitos no ano que vem. “O custo dessa insegurança maior será alto para os contribuintes. Conforme dados do BC no relatório fiscal de outubro, a cada ponto a mais na Selic, a dívida pública bruta aumenta R$ 32,2 bilhões por ano. Mas e a fatura tende a aumentar em, pelo menos, R$ 322 bilhões, se considerarmos as altas da Selic desde março até 12%, considerado piso para o início do próximo ano”, reflete.

Para isso, Thacísio reforça que será preciso uma programação muito maior, por parte das pessoas, pois como o nível de endividamento das famílias têm batido recordes, o crédito além de mais caro, ficará também cada vez mais escasso, tanto para os consumidores quanto para as empresas, o que deverá travar qualquer crescimento da economia no ano que vem.
A preocupação é baseada em dados apurados pela Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), mostrou o endividamento subiu para 75,6% em novembro desse ano, ante 74,6% em outubro; e 66% em novembro do ano passado. A parcela de endividamento, na pesquisa, é recorde, pontuou a entidade, e representa cerca de 12 milhões e 327 mil famílias endividadas, em novembro.