Pesquisa aponta que mercado de influenciadores deve dobrar em até três anos

Cervejaria patrocinadora da turne Tardezinha, do cantor Thiaguinho, usou influenciadores para destacar a presença da empresa nos shows - Foto: Divulgação

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Uma das maiores instituições financeiras do mundo, o banco Goldman Sachs, fez um estudo sobre o crescimento do mercado de influenciadores digitais e a expectativa é que dobre de tamanho até 2027. Hoje esse setor movimenta cerca de US$ 250 bilhões (cerca de R$ 1,28 trilhão) e a previsão do relatório é de que chegue a US$ 480 bilhões (cerca de R$ 2,5 trilhões).

Os números impressionantes só reforçam a tendência de crescimento do mercado de produtores de conteúdo. No Brasil, uma pesquisa feita por uma empresa de influência, revela que 54% das marcas entrevistadas por ela, investiram em marketing de influência em 2023.

Há várias variações para uma nova profissão que ainda deixa muita gente intrigada: Influenciador, produtor de conteúdo, blogueiro, instagramer ou tiktoker. Nomes diferentes para uma carreira que surgiu da brecha que novas tecnologias deixaram e criou uma verdadeira revolução. O mercado publicitário precisou se adaptar às pressas para esse novo segmento chamado de marketing de influência. Enquanto isso, os consumidores já estão se acostumando a ouvir os creators antes de tomar decisões para compra de produtos ou até mesmo ideias.

A barreira transposta pelo marketing de influência é a da impessoalidade. Não são frases de efeito, não é uma boa fotografia ou uma filmagem de cinema que conseguem convencer o consumidor, é a autenticidade e a expertise de quem está dando a opinião. Afinal, pelos stories, a vida de quem vive da internet pode até parecer bem glamurosa, mas não é só postar recebidos ou jantar em restaurantes em troca de indicação.

As marcas estão se adaptando à nova realidade da publicidade e para isso contratam empresas especializadas em mapear influenciadores e criar estratégias robustas para as campanhas. Exemplo disso é a agência de marketing de influência Gente AG, que entre 2022 e 2023 teve um crescimento de 78% com faturamento na casa dos quase R$ 4 milhões.

"É um caminho sem volta, as empresas se conectam melhor com os consumidores se falarem a mesma língua que eles. O marketing de influência, quando feito com intencionalidade, com estratégia, é o que mais se aproxima do marketing boca-a-boca. Há algo mais confiável do que ouvir alguém de quem gostamos da opinião? Aumentar a visibilidade, conquistar novos clientes e se aproximar do público são coisas que acontecem quando a interação é orgânica, natural.", diz Lídia Souza, CEO do Gente AG.

Por outro lado, à medida em que influenciar se tornou uma profissão, foi preciso que os influenciadores também aprendessem a consolidar a sua marca para se tornarem atrativos como porta-vozes das marcas. Ana Gabriela Côrtes é publicitária e também é influenciadora digital. Com quase 70 mil seguidores no Instagram, ela fala sobre maternidade, lifestyle e empreendedorismo, mas quis ir além dos publiposts.

Ao perceber as exigências das contratantes, começou a estudar o novo mercado e em 2021 se juntou ao time do Gente como Head de Criação.

"Com o crescimento exponencial do setor, principalmente depois de 2020, ano da pandemia, surgiram muitas pessoas e agências querendo surfar a onda da influência. Se por um lado, nenhum mercado saturado é páreo para boas histórias, por outro, quem se destaca são influenciadores que conseguem inserir um produto em sua rotina através de um bom storytelling. Nosso objetivo no GENTE AG é criar histórias e mapear os melhores personagens para aquele enredo", explica Ana Gabriela.

A tendência é de um investimento cada vez maior em marketing de influência, inclusive por parte de marcas que já são muito reconhecidas pelo público, como a Itaipava. No ano passado, a marca de cerveja patrocinou a turnê da Tardezinha, do cantor Thiaguinho, sucesso absoluto de bilheteria. Ainda assim, usou influenciadores para destacar a presença da Ita nos shows.

“Influência é parte fundamental para construção de relevância e percepção de marca. A cada edição levamos big names e nomes regionais que conectavam com a praça que recebia o show.”, contou Diego Santelices, Head de Comunicação e Mídia da Itaipava.