Guedes diz que 'Brasil é uma democracia vibrante'

O ministro da Economia, Paulo Guedes. - Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

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O processo de transformação do Estado brasileiro é difícil e doloroso, disse o ministro da Economia, Paulo Guedes, na terça (26), em conferência no Peterson Institute for International Economics, em Washington.

Guedes ressaltou que essa transformação ocorre em meio a uma democracia vibrante. "Estamos transformando o estado brasileiro. É um trabalho doloroso, é duro", disse. Ele acrescentou que muito do que se ouve sobre o Brasil é ruído e deve ser ignorado. "O que vocês ouvem fora é que há uma bagunça. Não prestem atenção nisso. [O Brasil] é uma democracia vibrante, com poderes independentes", ressaltou, acrescendo que no país a democracia nunca foi tão forte como atualmente.

O ministro também afirmou que não há escândalos de corrupção no país e acrescentou que o Brasil não vai queimar florestas ilegalmente e que respeita o acordo de Paris.

Na segunda-feira, ao responder sobre convulsões políticas na América Latina, Guedes disse que considera inconcebível um novo AI-5 no Brasil, mas as pessoas não devem se assustar se alguém pedir um AI-5 caso haja radicalização no Brasil.

Na terça, ele defendeu o direito da população de se manifestar pacificamente, "sem quebrar a rua toda". "A democracia é barulhenta. Nós respeitamos e valorizamos isso. Não temos problemas com manifestações públicas", disse. Guedes enfatizou ainda que é preciso respeitar quem foi eleito e que a disputa pelo poder deve se dar nas eleições.

Durante a conferência em Washington, Guedes defendeu as medidas econômicas que estão sendo adotadas pelo governo, como a reforma da Previdência, considerada emergencial, o ajuste fiscal, a descentralização das receitas públicas com maior distribuição entre estados e municípios, privatizações, e as reformas administrativa e tributária.

Repercussões - O presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, disse na manhã de terça-feira que o "AI-5 é incompatível com a democracia". No período da tarde, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia criticou a declaração do ministro. Para ele, a afirmação gera uma insegurança na sociedade, principalmente nos investidores.

"Porque usar dessa forma, mesmo que sendo para explicar o radicalismo do outro lado, não faz sentido", questionou. Para Maia, é necessário cautela com argumentações que defendam atos autoritários. "Tem que tomar cuidado, porque você está usando um argumento do ponto de vista do discurso e como não faz sentido, acaba gerando insegurança em todos nós sobre qual o intuito de utilização de forma recorrente dessa palavra", ressaltou.