Bolsonaro diz querer manter relações comerciais com Irã

O presidente Jair Bolsonaro chega ao Ministério da Defesa para reunião - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

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O presidente Jair Bolsonaro disse nesta terça (7) que o Brasil pretende manter as relações comerciais com o Irã e afirmou que repudia o terrorismo. "Nós repudiamos o terrorismo em qualquer lugar do mundo e ponto final. Temos comércio com o Irã e vamos continuar esse comércio", disse, ao deixar o Palácio da Alvorada de manhã.

Na semana passada, o governo brasileiro manifestou seu apoio "à luta contra o flagelo do terrorismo". A nota do Ministério das Relações Exteriores foi divulgada um dia após a ação ordenada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter matado Qassem Soleimani, principal general iraniano e considerado por muitos analistas como o segundo homem mais poderoso do governo iraniano. O ataque ocorreu nas proximidades do Aeroporto de Bagdá, capital do Iraque. O Itamaraty, entretanto, não comentou a morte do general iraniano, mas condenou o ataque à embaixada dos Estados Unidos em Bagdá, ocorrido dias antes.

Nesta semana, o Ministério das Relações Exteriores do Irã convocou os representantes diplomáticos brasileiros a comparecerem à chancelaria iraniana para explicar o teor da nota divulgada no último dia 3. A convocação foi atendida pela encarregada de Negócios do Brasil em Teerã, Maria Cristina Lopes.

Bolsonaro também disse nesta terça que vai conversar com o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, sobre a possibilidade de pedir uma reunião com os diplomatas iranianos no Brasil. Para o presidente, o governo tem que ter a capacidade de se antecipar a problemas.

No final da manhã, Bolsonaro esteve reunido com o ministro da Defesa, Fernando Azevedo, e com os comandantes das Forças Armadas, no Ministério da Defesa. Em conversa rápida com jornalistas depois da reunião, Azevedo disse que a pauta do encontro foi aberta e que conversaram sobre a conjuntura internacional, regional e nacional, mas não especificou o que foi tratado sobre as relações com o Irã.

Enterro - Pelo menos 40 pessoas morreram pisoteadas e 213 estão feridas após uma debandada nas ruas de Kerman, onde ocorreram nesta terça as cerimônias fúnebres de Qassem Soleimani. Dezenas de milhares de pessoas estiveram nas ruas da cidade natal daquele que é considerado um herói do Irã.

As cerimônias desta terça, durante as quais o povo iraniano continuou a exigir vingança contra os Estados Unidos, marcaram o final de três dias do luto nacional.

"Infelizmente, como resultado da desordem, alguns dos nossos compatriotas ficaram feridos e outros morreram durante as cerimônias fúnebres", disse o chefe dos serviços de emergência do país à televisão estatal iraniana Press TV.

Momentos antes, o líder da Guarda Revolucionária do Irã, Hossein Salami, ameaçou incendiar lugares próximos dos Estados Unidos, provocando gritos de "Morte a Israel!" entre a multidão que se encontrava na praça central de Kerman para assistir ao funeral.

Antes destas declarações, o Parlamento iraniano tinha anunciado a aprovação de uma lei que classifica todas as forças armadas norte-americanas como terroristas.