Pedida apreensão dos celulares de Bolsonaro e um dos filhos

Heleno: pedido poderá "ter consequências imprevisíveis para estabilidade nacional" - Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

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Na manhã de sexta-feira (22), o ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), encaminhou para a Procuradoria Geral da República (PGR), três notícias-crime que solicitam novas apurações na investigação, promovida pela Suprema Corte brasileira, da suposta tentativa de interferência, por parte do presidente Jair Bolsonaro, na Polícia Federal (PF).

As medidas, apresentadas por partidos e parlamentares do Congresso Nacional, solicitam, entre outros pontos, a busca e apreensão dos aparelhos celular do próprio presidente e de um de seus filhos, o vereador carioca Carlos Bolsonaro, para serem periciados.

O encaminhamento da solicitação, no entanto, não foi bem recebido pelo ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência (GSI), Augusto Heleno. Por meio de nota, emitida na tarde desta sexta (22), o ministro classificou que o pedido de apreensão do celular do presidente Jair Bolsonaro é "inconcebível" e "poderá ter consequências imprevisíveis para a estabilidade nacional", chamando ainda a solicitação de "afronta" à intimidade do chefe do Executivo nacional.

"Caso se efetivasse, seria uma afronta à autoridade máxima do Poder Executivo e uma interferência inadmissível de outro Poder, na privacidade do presidente da República e na segurança institucional do país", escreveu o ministro na nota, distribuída a jornalistas pelo Palácio do Planalto.

"O Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República alerta as autoridades constituídas que tal atitude é uma evidente tentativa de comprometer a harmonia entre os poderes e poderá ter consequências imprevisíveis para a estabilidade nacional", acrescentou Heleno.

Pelo Twitter, Carlos Bolsonaro também se manifestou. "Meu celular? Enquanto isso os do ex-piçóu Adélio protegidos há mais de um ano, processos contra Botafogo, Calheiros e outros sentados em cima há anos. Que crime teria cometido para tamanha velocidade e abuso? Nenhum. A narrativa do sistema continua em pleno vapor (sic)!", disse o filho do presidente na rede social.

O pedido de apreensão dos celulares do presidente Jair Bolsonaro e de seu filho Carlos Bolsonaro foi feito com base em notícias-crime enviadas mais cedo pelos partidos PDT, PSB e PV ao Supremo Tribunal Federal (STF), no inquérito que apura a suposta tentativa de intervenção do presidente na PF. O pedido, recebido pelo ministro Celso de Mello, foi encaminhado ao procurador-geral da República, Augusto Aras, para manifestação.