Guerra política no Estado do Rio vai parar na Justiça

Atualidades
Tpografia
  • Mínimo Pequeno Médio Grande Gigante
  • Fonte Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

Desde que rejeitou apoiar a candidatura à reeleição de Rogério Lisboa à Prefeitura de Nova Iguaçu, o deputado estadual Max Lemos (PSDB) afirma estar sofrendo perseguição do presidente regional do MDB, Leonardo Picciani, seu antigo aliado político. Além de o partido ter pedido o mandato do parlamentar na justiça após ele bater as asas no ninho tucano, exigiu também a vaga que ele ocupava na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a principal da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).

O deputado afirma que, não respeitando o estatuto e o programa do partido, Picciani definiu de forma isolada o apoio do MDB à reeleição do prefeito de Nova Iguaçu, Rogério Lisboa (recém-filiado ao PP), sem qualquer consulta prévia ou realização de convenção municipal. Sem alternativa, Max, que pretendia ser candidato pela legenda na cidade, dona do segundo maior colégio eleitoral da Baixada Fluminense, não teve outro caminho a não ser mover uma ação de justa causa de desfiliação partidária contra a sigla que pertenceu por quase 25 anos.

Desgastado com os escândalos de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa na política brasileira, que levaram a prisão de seus principais caciques, entre eles o deputado Jorge Picciani, presidente regional, pai de Leonardo e ex-presidente da Alerj, além dos ex-governadores Sergio Cabral e Luiz Fernando Pezão, o MDB, que em 2014, era dono da maior bancada da Alerj com 15 deputados eleitos, viu o número da bancada cair drasticamente na última eleição, com apenas cinco deputados eleitos.

Com a saída de Max, o partido perdeu mais uma cadeira ficando ainda mais enfraquecido no cenário político fluminense. Nos bastidores da Casa, os comentários são de que outros parlamentares podem deixar a legenda, que há mais de uma década é comandada pelo clã Picciani no estado.

O bom desempenho eleitoral da família Picciani no Rio, na última década, foi garantido por um grupo coeso de prefeitos e militantes. Sem dúvidas, Max Lemos foi um dos aliados mais fiéis e que mais deram resultado eleitoral à família. A política era de resultado: Max dava os votos e a família Picciani o retorno em obras e investimentos públicos. O município de Queimados recebeu mais de R$ 700 milhões em obras, que elevaram a cidade ao patamar da terceira cidade em crescimento no Brasil, de acordo com a revista Exame e o retorno veio nas urnas.

Por três eleições seguidas, a família Picciani obteve as maiores votações na cidade. No último pleito, porém, após a prisão do pai, a votação de Leonardo caiu drasticamente. A derrota de Leonardo, atrelada à vitória de Max com quase o dobro de votos do até então aliado, foi o principal motivo para o começo do estremecimento da relação, que azedou de vez após o neotucano afirmar em entrevistas à imprensa que "o MDB do Rio precisava ser repensado".

Infidelidade - O MDB entrou na justiça pedindo o mandato do parlamentar, alegando infidelidade partidária. E não parou por aí: Numa articulação abençoada por Picciani, Max perdeu seu assento na Comissão de Constituição e Justiça para o seu ex-colega de partido.