Gestão tumultuada do início ao fim

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Dificilmente Abraham Weintraub terminaria a semana no Ministério da Educação. Em seus 14 meses à frente da pasta, sua gestão foi marcada por sucessivos tumultos. No melhor estilo de quem compra briga com todo o mundo que não pensa igual a ele, criou desavenças com reitores, professores e estudantes de universidades federais - a quem direcionou ofensas -, parlamentares, chineses e até ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Parecia pouco se importar com a repercussão de suas polêmicas, mostrando-se mais interessado em entreter seus seguidores nas redes sociais. Chegou a aparecer num vídeo girando um guarda-chuva, tentando fazer uma paródia com o filme musical norte-americano "Cantando na chuva", para desmentir intervenção do MEC em paralisação de obras de recuperação do Museu Nacional, o que classificou como fake news levantada por veículo de comunicação. Curiosamente, no momento ele é investigado em inquérito aberto pelo STF justamente sobre este tema, fake news.

No vídeo da polêmica reunião ministerial do dia 22 de abril, Weintraub sobressaiu-se como estrela maior. Suas ofensas dirigidas a parlamentares e aos ministros do STF, a quem chamou de vagabundos, chocaram quem não imaginava postura tão deselegante de um ministro da Educação. A cereja em cima do bolo foi posta no último domingo, quando, ao lado de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, numa manifestação em Brasília, repetiu a afirmação dita no encontro ministerial, quando disse que "por ele colocaria os ministros da Corte na cadeia". A partir daí, sua permanência no cargo se tornou insustentável e foram precisos alguns dias para que fosse encontrada uma solução, o convite para um cargo no Banco Mundial, função para a qual apresenta qualificação como economista.

A União Nacional dos Estudantes (UNE), em sua conta no Twitter, classificou Abraham Weintraub como o pior ministro da história. "Gestão deplorável. No MEC defendeu cortes de verbas, debochou da produção científica das universidades, caluniou professores e alunos. Nunca teve compromisso com a educação", escreveu a entidade estudantil.